Comandante de Celorico de Basto recusa associar mortes de bombeiros a falta de formação

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Porto Canal / Agências

Celorico de Basto, 03 jan (Lusa) - O comandante dos bombeiros de Celorico de Basto rejeita que as mortes no combate aos fogos do verão tenham relação com a falta de formação, como conclui o relatório sobre os incêndios florestais divulgado pelo Governo.

"Sou bombeiro há 37 anos e comandante há 24 e posso dizer-lhe que nunca houve tanta formação como agora", comentou hoje Marinho Gomes, em declarações à agência Lusa.

Para aquele comandante, as mortes podem ter várias explicações, mas a principal das quais é a dimensão e complexidade de grande parte dos incêndios que ocorreram no verão de 2013.

Marinho Gomes comentava o relatório sobre os incêndios florestais em 2013, disponibilizado em dezembro pelo Ministério da Administração Interna (MAI), segundo o qual os bombeiros devem ter melhor formação "em matérias relacionadas com o comportamento do fogo".

O documento acentua que mais formação permitirá aos bombeiros "assegurar uma boa avaliação das condições de perigo e do cumprimento dos procedimentos de segurança no combate ao fogo".

Contudo, para o comandante da corporação de Celorico de Basto, os bombeiros atuais estão "bem preparados", frisando que os voluntários só estão aptos para o combate após 300 horas de formação.

Ainda sobre o relatório, Marinho Gomes explica que as conclusões denotam que os autores, "apesar de terem muitos conhecimentos teóricos, deviam ir mais para o terreno para perceberem que as coisas, às vezes, são muito mais complicadas".

"Eles fazem os estudos, mas falta irem para o monte", criticou.

O comandante explicou que no teatro de operações, nos grandes incêndios, "há muitas coisas imprevisíveis que acontecem", nomeadamente correntes de ar que mudam repentinamente e que os bombeiros, mesmo os mais experientes, têm dificuldade de prever.

Apesar das críticas ao relatório, Marinho Gomes admite que alguns acidentes possam ser provocados por "excesso de voluntarismo dos bombeiros, na ânsia de quererem resolver as coisas rapidamente".

Contudo, observou, essas situações são muitas vezes provocadas pela fadiga causada por muitas horas sucessivas de combate, longe das famílias, como aconteceu, reforçou, no passado verão, em vários pontos do país.

Em agosto, um bombeiro da corporação de Celorico de Basto foi atropelado por um carro de combate que, por causas desconhecidas, na zona de Arnoia, se destravou numa zona inclinada. O voluntário de 29 anos sofreu ferimentos graves, mas sobreviveu, apesar de ainda se encontrar de baixa.

Para Marinho Gomes, acidentes como aquele acabam por acontecer atendendo "aos muitos perigos de quem está no morte a combater um fogo".

Os bombeiros de Celorico de Basto inauguraram recentemente as obras de remodelação e ampliação do seu quartel, um investimento próximo de um milhão de euros, comparticipado por fundos comunitários e da autarquia local.

A corporação suportou cerca de metade do investimento.

APM // JGJ

Lusa/fim

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