Pinto da Costa: “O VAR só tem sido negativo”
Porto Canal com fcporto.pt
Para Jorge Nuno Pinto da Costa, o vídeoárbitro “só tem servido nos jogos do FC Porto para dar cobertura aos falhanços dos árbitros” e “trouxe alguma coisa de positivo para alguns e só negativo para outros”. E por esse motivo, “neste momento, acabava de imediato com o VAR”, defende o presidente do FC Porto na primeira parte de uma grande entrevista publicada na edição desta sexta-feira do jornal “O Jogo” e que terá um segundo capítulo na de sábado.
“Nas duas últimas jornadas, voltámos ao passado. Para mim, o VAR só tem sido negativo. Quando não há uniformidade de critérios, tem de ser negativo. É inconcebível tanto o que se passou nas Aves, com um penálti não assinalado que nem precisava de VAR, como aquele fora de jogo assinalado no FC Porto-Benfica. Esse é para o Guinness”, aponta o dirigente máximo portista, que teceu duras críticas ao árbitro do clássico, Jorge Sousa, ao assistente envolvido no lance, e também questionou algumas nomeações do Conselho de Arbitragem.
Pinto da Costa não esconde a indignação, partilhada pelos adeptos, que “têm todo o direito a ela”. “Mas sabemos que nos indignam para nos provocarem, à espera de que façamos mais e que isso se transforme numa rebelião. É preciso que a nossa massa associativa e os nossos adeptos mostrem o seu desagrado e manifestem o seu protesto das mais diversas maneiras, mas nunca recorrendo à violência”, apelou.
As críticas não se esgotaram na arbitragem, estenderam-se ao Governo que, “quando se trata de assuntos relacionados com o Benfica, assobia para o lado”, como é o caso das claques ilegais do clube lisboeta. O Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) foi, aliás, um dos temas abordados numa recente conversa entre Pinto da Costa e o presidente da Federação Portuguesa de Futebol: “Tenho a certeza absoluta de que, pelo Dr. Fernando Gomes, aqueles senhores que estão no IPDJ tinham sido todos demitidos e tenho a certeza de que, se pudesse, o secretário de Estado do Desporto, que não se demitiu, também seria demitido. (…) Mas ele não tem poderes para isso e acaba por ser vítima da indignação geral, porque as pessoas pensam que ele pode resolver, mas tal não acontece porque o Governo não quer.”
Pinto da Costa diz também não esperar nada do Governo de António Costa no que diz respeito ao caso dos e-mails divulgados nos últimos meses no Porto Canal e que, nas palavras do líder azul e branco, “veio contribuir para a moralização do futebol português”. “Se aconteceu o que aconteceu com o país a arder, como é que vou esperar, só porque há um foco de incêndio no futebol, que o Governo faça alguma coisa? Não vai fazer nada. Não espero nada do Governo. Nada. Zero. Mas da Polícia Judiciária espero, porque sei que estão a trabalhar no assunto, pelos dados que nos têm pedido, e estão a trabalhar com seriedade e com rigor”, comentou o presidente portista.