João Vasconcelos sai do Governo com "absoluta confiança" nos projetos que liderou

| Política
Porto Canal com Lusa

O secretário de Estado demissionário João Vasconcelos declarou esta segunda-feira que abandona o Governo com "absoluta confiança" nos projetos que liderou e nas equipas que nomeou, sublinhando "orgulho" por ter integrado um executivo "tão reformador quanto humano".

"Saio com uma absoluta confiança em todos os projetos que pus em marcha e nas equipas que nomeei, com a certeza de que continuarão a trabalhar para a causa pública e para o bem do país, muito para além da minha passagem por esta pasta. Saio orgulhoso por ter integrado desta forma um Governo tão reformador quando humano, na resposta que sabe dar às circunstâncias em que encontrou o país", sustentou, em nota publicada na rede social Facebook.

João Vasconcelos anunciou no domingo o pedido de demissão da secretaria de Estado da Indústria, e esta manhã o Ministério Público determinou a sua constituição de arguido, juntamente com os secretários de Estado da Internacionalização e dos Assuntos Fiscais, no inquérito relativo às viagens da Galp para assistir a jogos do Euro2016.

Num extenso texto no Facebook, Vasconcelos traça um retrato do seu trabalho como secretário de Estado, sustentando que se propôs, ao aceitar o cargo, a "colocar a indústria portuguesa numa posição de liderança perante a revolução industrial da digitalização" em todo o mundo, "criar soluções de capitalização e investimento para as empresas que querem reestruturar-se e crescer" e "facilitar a vida às novas empresas e aos empreendedores nos seus esforços de tentativa e erro e no caminho para a internacionalização".

Fazer do 'Web Summit' uma "montra digna e moderna" de Portugal foi outro dos intuitos do agora demissionário governante.

O programa Startup Portugal, "com 20 medidas para apoiar quem decide ser empreendedor, está com 90% das medidas já em execução", diz João Vasconcelos, e o programa Indústria 4.0, "que foi desenhado com o contributo inestimável de mais de 200 empresas de diversas indústrias ao longo de seis meses", está em marcha pela mão da COTEC.

"O impacto na criação de emprego, na forma como o Estado se relaciona com as empresas e os empresários, no regresso de gente muito qualificada que tinha abandonado Portugal, na confiança e capacidade de correr riscos que os nosso empresários, novos e mais antigos, tem revelado, é também fruto deste trabalho", assinala ainda Vasconcelos.

O Ministério Público determinou a constituição como arguidos de três secretários de Estado agora exonerados (Internacionalização, Assuntos Fiscais e Indústria), "estando em curso diligências para a concretização desse despacho", lê-se numa nota hoje divulgada da Procuradoria-Geral da República.

A nota adianta que estão em investigação "factos suscetíveis de integrarem a prática de crimes de recebimento indevido de vantagem, previstos na Lei dos Crimes de Responsabilidade de Titulares de Cargos Políticos".

O secretário de Estado Jorge Costa Oliveira (Internacionalização), Fernando Rocha Andrade (Assuntos Fiscais) e João Vasconcelos (Indústria) vão juntar-se a um chefe de gabinete, um ex-chefe de gabinete e um assessor governamental já arguidos no processo que investiga "o pagamento pela Galp Energia S.A. de viagens, refeições e bilhetes para diversos jogos da seleção nacional no Campeonato Europeu de Futebol de 2016".

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