Mandela: Dilma transmite pesar do povo brasileiro que tem "sangue africano" nas veias
Porto Canal / Agências
Joanesburgo, 10 dez (Lusa) - A Presidente do Brasil homenageou hoje Nelson Mandela em nome do povo brasileiro, em cujas veias corre "sangue africano", recordando que a luta do primeiro presidente negro da África do Sul inspirou a luta da América do Sul.
"Esse grande líder teve os olhos postos no futuro do seu país, do seu povo e de toda a África e inspirou a luta no Brasil e na América do Sul", disse Dilma Rousseff, no seu discurso durante as cerimónias fúnebres de Nelson Mandela, no estádio Cidade do Futebol, no Soweto, em Joanesburgo.
Num discurso proferido em português e com tradução imediata em inglês, a Presidente brasileira começou por transmitir o "sentimento de profundo pesar do Governo e do povo do Brasil", afirmando ter a certeza de representar também "toda a América do Sul".
Dilma recordou que Mandela, que morreu na quinta-feira passada, "conduziu com paixão e inteligência um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano da história moderna", ao pôr fim ao regime do 'apartheid' (segregação racial).
"O combate de Mandela e do povo sul-africano transformou-se num paradigma, não só para o continente, mas para todos os povos que lutam pela justiça, a liberdade e a igualdade", afirmou.
Dezenas de milhares de pessoas estão hoje no estádio Cidade do Futebol, no Soweto, em Joanesburgo, para assistir às cerimónias fúnebres de Nelson Mandela, juntando cidadãos e chefes de Estado, membros da realeza e líderes religiosos.
A morte de Mandela foi anunciada na quinta-feira pelo Presidente sul-africano, Jacob Zuma.
Depois do último adeus em Joanesburgo, o corpo de Mandela vai estar exposto durante três dias na vizinha Pretória, a capital, antes de, no domingo, ser finalmente sepultado nunca campa modesta, junto dos mortos da sua família, em Qunu, a sua terra natal, na província do Cabo Oriental.
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