PSD critica "ocultação" no debate sobre praça financeira de emissão de obrigações

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 22 mar (Lusa) - O líder parlamentar do PSD acusou hoje o primeiro-ministro de ocultar no debate quinzenal se o Luxemburgo foi a praça financeira escolhida pela Caixa Geral de Depósitos para fazer a emissão de obrigações e estranhou o silêncio da esquerda.

No debate quinzenal que decorreu hoje à tarde na Assembleia da República, Luís Montenegro questionou António Costa "se é verdade" que foi o Luxemburgo a praça escolhida para a emissão de obrigações perpétuas por parte do banco público, pergunta que ficou sem resposta.

"Lamento que o primeiro-ministro tenha ocultado das suas respostas o que era objetivamente dar uma explicação sobre uma pergunta muito concreta: confirmar se a praça luxemburguesa é a escolhida pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) para fazer a emissão das obrigações perpétuas e as razões pelas quais foi essa a escolha, se se confirmar", afirmou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas no final do debate.

O líder da bancada social-democrata salientou "que há várias especulações a esse propósito, todas elas apontando para vantagens fiscais dessa operação".

"Não deixa de ser curioso que, intervindo a seguir a mim, quer o primeiro-ministro na resposta, quer a bancada do PS, quer sobretudo o BE e o PCP não tenham atendido à importância da questão", criticou Montenegro, considerando "um sinal dos tempos" que toda a esquerda "tenha ignorado este assunto".

O presidente da bancada do PSD escusou-se a dizer se o partido criticaria a opção pelo Luxemburgo, caso se confirme, ou se defende que a operação se deveria ter realizado numa praça portuguesa, referindo que cabe primeiro ao Governo esclarecer.

No debate quinzenal, Luís Montenegro acusou o Governo de fazer "uma privatização geringonçada" da CGD, o que foi negado pelo primeiro-ministro.

Luís Montenegro considerou que a emissão de obrigações da CGD em curso - obrigações perpétuas e para investidores institucionais - configura "uma espécie de empréstimo permanente" ao banco público.

"A curiosidade é que esta é uma capitalização às esquerdas, se fosse feita por nós levantavam-se todas as vozes a dizer que está em curso uma privatização encapotada. Agora o que está em curso é uma privatização geringonçada, é a nova modalidade que PS, PCP e BE apoiam neste parlamento", defendeu Montenegro.

Na resposta, António Costa invocou a qualidade de "ilustre jurista" de Montenegro para não necessitar de explicar a diferença entre ações e obrigações, dizendo que a emissão destas últimas "não é uma privatização porque não implica qualquer alienação de capital".

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