Ordem dos Médicos reclama aumento do financiamento da saúde no Alto-Minho

| Política
Porto Canal / Agências

Viana do Castelo, 21 nov (Lusa) - A Ordem dos Médicos reclamou hoje o aumento do financiamento dos custos com a saúde no Alto-Minho, o mais baixo do país, garantindo que o atual modelo está a colocar dificuldades ao funcionamento da unidade local.

A posição foi transmitida pelo bastonário da Ordem, José Manuel Silva, depois de uma visita ao Hospital Distrital de Viana do Castelo, gerido pela Unidade Local de Saúde do Alto-Minho (ULSAM), entidade que recebe um financiamento público anual de 518 euros por cada habitante do distrito.

"É o pior financiamento, em termos de custo 'per capita', na saúde em Portugal. Os utentes do distrito de Viana do Castelo têm direito a um financiamento para as suas despesas em saúde muito inferior à média nacional e a outras zonas do país, como Lisboa", apontou o bastonário, que se reuniu com médicos e administradores daquela unidade.

A ULSAM é uma Entidade Pública Empresarial (EPE) e assume a gestão, além dos dois hospitais da região (Viana do Castelo e Ponte de Lima), de mais de uma dezena de centros de saúde, em todos os dez concelhos do distrito, contando com mais de três centenas de médicos.

Segundo José Manuel Silva, o atual nível de financiamento "reflete-se em dificuldades de funcionamento", nomeadamente ao nível do hospital distrital e "apesar dos esforços" de todos os profissionais.

"Os doentes deste distrito são iguais aos do resto do país. Há aqui um financiamento deficiente que, enquadrado nos cortes na saúde, dificultam ainda mais o funcionamento do hospital. É por isso que apelamos ao senhor ministro da Saúde para que os utentes da ULSAM tenham direito a um financiamento pelo menos igual à média nacional", disse ainda.

Segundo os médicos locais, a endocrinologia é a especialidade que mais dificuldades enfrenta no hospital de Viana do Castelo, devido a problemas na contratação de especialistas.

"Passou de uma lista de espera de zero meses para oito meses. Não imputámos a responsabilidade ao conselho de administração [da ULSAM], que faz a ginástica que pode com o financiamento que recebe. De facto, as responsabilidades estão no Ministério da Saúde e nos cortes no Serviço Nacional de Saúde", sustentou José Manuel Silva.

Além disso, também sobre o hospital de Viana do Castelo e após o contacto de hoje com os médicos da unidade, o bastonário criticou o facto de a especialidade de pediatria estar a realizar menos segundas consultas do que as que podia fazer. Situação que se verifica, aponta, face aos "objetivos impostos" pela tutela e as penalizações previstas, caso as metas contratadas sejam excedidas.

"Há toda uma distorção do financiamento da dita contratualização e funcionamento das instituições e que prejudica as próprias instituições", rematou o responsável.

PYJ // JGJ

Lusa/fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.