PR de Cabo Verde lamenta morte de "grande figura da democracia europeia"

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Porto Canal com Lusa

Praia, 07 jan (Lusa) - O Presidente da República de Cabo Verde lamentou hoje o desaparecimento de "uma grande figura da democracia europeia", lembrando a tranquilidade de Mário Soares e o conselho de "dormir sempre bem" para ter "pedalada para a política".

"Há um sentimento de tristeza que nos invade pois desaparece uma das grandes figuras, das mais relevantes da política e da História portuguesas, mormente da sua democracia. Diria mesmo uma grande figura da democracia europeia e uma personalidade que tem uma ligação muito próxima com Cabo Verde e com o processo que conduziu à independência do país em julho de 1975", disse Jorge Carlos Fonseca.

O chefe de Estado cabo-verdiano lembrou a ligação de Mário Soares a Cabo Verde durante o processo de independência, mas também como primeiro-ministro e Presidente da República de Portugal.

"Desaparecer uma figura destas para todos os que são amigos de Portugal, creio que para a grande maioria dos cabo-verdianos e para os amantes da liberdade e da democracia é uma perda enorme", disse.

Reconheceu que, "como todos os grandes combatentes de grandes causas, não terá sido um homem de unanimidades", o que considerou "natural e compreensível".

"Se pudesse definir e recortar um traço da personalidade marcante de Mário Soares diria que era o apego e o amor pela liberdade. Era um homem da liberdade, combateu por ela contra o Estado Novo e o fascismo português, mas, noutros contextos, também em Portugal, contra quaisquer veleidades e tentações de instalação de regimes não fundados em liberdades", disse Jorge Carlos Fonseca.

"Creio que essa é a grande marca de Mário Soares", disse.

O Presidente cabo-verdiano adiantou que conheceu de perto o antigo Presidente da República português na década de 1990 quando ocupava a pasta de ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, tendo-o acompanhado em várias ocasiões e em visitas a Cabo Verde, mas também a outros países como a Guiné-Bissau ou São Tomé e Príncipe.

"Desaparece um grande combatente da liberdade, um grande democrata e uma pessoa por quem tínhamos grande respeito e muita admiração", disse, considerando que foi também um amigo de Cabo Verde.

Considerando que, "apesar de tudo, era um homem sereno e tranquilo", guardou para a vida um conselho que certa vez lhe deu.

"Lembro-me de me ter dito: senhor ministro não há nada neste mundo que me tire o sono. O senhor ministro é novo e tem que dormir, porque dormindo bem é que conseguimos ter nervo e pedalada para os desafios políticos", recordou Jorge Carlos Fonseca.

"Só uma pessoa com convicções fortes pode ter essa tranquilidade de ter sono mesmo em situações difíceis e complicadas", acrescentou.

Cabo Verde não decidiu ainda a que nível estará representado nas cerimónias fúnebres de Mário Soares, que morreu hoje aos 92 anos, devendo a representação ainda ser coordenada entre Governo e a Presidência da República.

CFF // VM

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