"Não queremos mais tempo, nem mais dinheiro, nem mais 'troika'" - Portas

| Política
Porto Canal / Agências

Madrid, 15 nov (Lusa) - O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, mostrou-se hoje confiante de que Portugal concluirá o seu programa de assistência externa como previsto em junho de 2014, declarando em Espanha que o país não quer mais 'troika'.

"Não queremos nem mais tempo, nem mais dinheiro, nem mais 'troika' presente em Portugal, mais do que o necessário. Queremos terminar o programa em junho de 2014 e acredito que o conseguiremos", disse num fórum de empresários em Madrid.

Portas admitiu que "a 'troika' é sempre algo de vexatório" e que por isso o executivo quer "recuperar a soberania", sempre "apostando na credibilidade, em cumprir e em não mais ter que repetir esta situação de dependência exterior".

Considerando que estas são "lições aprendidas tanto em défice como em divida", Portas afirmou que a Europa "aprendeu e progrediu" na sua atitude relativamente à dívida soberana.

"Tentar ganhar as próximas eleições fazendo pagar a divida as próximas gerações", segundo o vice-primeiro-ministro, "não é boa forma de governar, deixando dívidas para quem ainda não nasceu".

"Isso é uma lição muito séria", disse.

Paulo Portas falava em Madrid perante centenas de empresários e responsáveis de empresas espanholas e multinacionais, no Fórum de Alumni da IE Business School, onde foi o convidado principal.

Num discurso otimista, Portas referiu-se à melhoria registada nos últimos meses nos dados macroeconómicos portugueses, como a queda do desemprego e a saída do país da recessão técnica.

"Fizemos um trajeto de dois anos e meio muito duros, cortando o gasto, reduzindo onde se gasta dinheiro ineficazmente", afirmou.

Depois de "mais de mil dias de recessão técnica", que Portas disse ter sido "inevitável" devido à crise financeira, Portas destacou o facto de Portugal ter voltado a crescer.

"Foram mais de mil dias muito duros. Eu diria que os portugueses os viveram com dignidade e com responsabilidade, fazendo esforços e sacrifícios", afirmou.

Além do crescimento económico, que recordou ser maior do que a média da zona euro, Portas referiu-se à queda do desemprego no último semestre e "aos melhores indicadores turísticos de sempre".

Igualmente a merecer destaque, disse, é a crescente internacionalização da economia nacional, com o setor exterior a representar 40% do PIB (quando antes era de 29%).

"A situação económica começa a mudar. O ciclo económico começa a mudar", declarou.

Portas admitiu que falta "recuperar muito" no capítulo do investimento, algo que requer um imposto de sociedades "competitivo" para investidores internacionais.

"Gostaríamos de cortar 10 pontos mas não o podemos fazer. Estamos à procura de um acordo com o principal partido da oposição para reduzir 2,5% por ano nos próximos quatro anos. Isso transformará o imposto de sociedades num dos mais competitivos da Europa e isso é um fator importante para atrair investimento", disse.

Portas referiu-se ainda ao trabalho do executivo no conjunto de reformas levadas a cabo nos últimos dois anos, com destaque para a redução da burocracia.

ASP // HB

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