Presidente da União da Misericórdias defende legislação para abandono de idosos
Porto Canal / Agências
Lisboa, 14 nov (Lusa) - O presidente da União das Misericórdias Portuguesas defendeu hoje a necessidade de legislação que responsabilize as famílias que abandonam idosos em hospitais e lares, atribuindo este fenómeno em primeiro lugar a uma "crise de valores".
"A legislação é necessário fazer, mas é uma legislação que tem de ser bem pensada", afirmou o presidente da União das Misericórdias, Manuel de Lemos, em declarações aos jornalistas no final de um encontro com responsáveis do PSD a propósito da reforma do Estado.
Classificando as situações de abandono de idosos como casos de "negligência", Manuel de Lemos atribuiu o fenómeno a uma crise de valores.
"Em primeiro lugar é uma crise de valores, é óbvio que há depois outros fatores que têm a ver com as dificuldades das pessoas que vêm acelerar e tranquilizar consciências nesta matéria", sustentou o presidente da União das Misericórdias.
Manuel de Lemos sublinhou, a propósito, a necessidade de chamar todos os portugueses "à sua responsabilidade", recordando a frase de Kennedy "não perguntem à América o que pode fazer pelos americanos, perguntem aos americanos o que podem fazer pela América".
"Essa frase hoje se aplica completamente aos portugueses, os portugueses também têm de fazer qualquer coisa por Portugal", defendeu.
Relativamente à reforma do Estado, que esteve esta manhã em discussão na reunião com o PSD, Manuel de Lemos adiantou que vê o documento como sendo "muito positivo" e saudou os sociais-democratas pela iniciativa de discutir "a necessária reforma do Estado" com os parceiros sociais.
"O Estado somos todos nós, não é só o Governo ou os partidos, somos todos nós", acrescentou.
VAM // SMA
Lusa/Fim