Guião da reforma do Estado é de uma pobreza confrangedora - bastonário dos Médicos
Porto Canal / Agências
Lisboa, 04 nov (Lusa) -- O bastonário da Ordem dos Médicos classificou hoje o guião da reforma do Estado na área da saúde como um documento de "uma pobreza intelectual confrangedora", confessando que teria vergonha de o apresentar.
José Manuel Silva centrou parte do seu discurso de lançamento da recandidatura a bastonário no guião da reforma do Estado apresentado na semana passada pelo vice primeiro-ministro, Paulo Portas.
"Na área da saúde foi uma desilusão total. O guião é de uma pobreza intelectual tão confrangedora e de uma indefinição tão impressionante, essencialmente constituído por um conjunto de frases feitas e afirmações vazias de conteúdo, que eu teria vergonha em apresentá-lo", afirmou o bastonário, que se recandidata a um segundo mandato.
Para José Manuel Silva, continua sem se perceber que política de saúde e que Serviço Nacional de Saúde (SNS) pretende o Governo, embora "cada vez mais se subentenda" a filosofia do Estado mínimo.
José Manuel Silva mostrou-se disponível para colaborar com o Executivo na produção de um documento "que norteie o futuro da saúde em Portugal", desafiando o ministro da Saúde e o vice primeiro-ministro para um debate sobre a política de saúde.
Para os próximos três anos, o bastonário promete que a Ordem dos Médicos estará "mais vezes" no terreno, próxima de médicos e doentes, para combater os "problemas reais, que são muito graves".
No seu entender, aliás, os próximos tempos "serão ainda mais complicados e desafiantes do que os anos mais recentes", com muitos desafios na área da saúde.
Entre eles, salientou "as interferências" na relação médico-doente e na prescrição médica, os cortes "excessivos e avulsos", o aumento das taxas de mortalidade infantil e das listas de espera cirúrgica e as dificuldades de acesso à inovação terapêutica.
José Manuel Silva é o único candidato a bastonário da Ordem dos Médicos na eleição que decorrerá a 12 de dezembro.
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