O líder do CDS-PP defendeu hoje o diálogo entre PSD,PS e CDS e criticou a intenção anunciada dos socialistas de votarem contra o orçamento de 2016 em caso de derrota nas legislativas de 04 de outubro.
"Não faz sentido nenhum partido político dizer: eu voto contra o Orçamento [do Estado], sem sequer o conhecer", disse Paulo Portas, durante uma visita à empresa aeronáutica Lauak Portuguesa, no Parque Industrial de Setúbal, acompanhado pela cabeça de lista da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) no distrito, Maria Luís Albuquerque, e pelo candidato Nuno Magalhães (CDS/PP).
O dirigente centrista, que começou por dizer que subscrevia o apelo dos representantes dos trabalhadores e dos empregadores na concertação social para o diálogo entre os três partidos, acusou também os socialistas de "sectarismo", pela recusa em dialogarem sobre a alteração do regime de pensões, após as eleições.
"Não faz sentido nenhum para o futuro do país dizer: eu não me sento à mesa com aqueles senhores para discutir o futuro de algo que interessa a todas as gerações - os atuais trabalhadores, que descontam, os atuais pensionistas, que recebem, os futuros trabalhadores e os futuros pensionistas. Isso é demasiado importante para poder ser vítima do sectarismo. Não faz nenhum sentido que, ganhe quem ganhar, as pessoas não estejam disponíveis para se sentar à mesa", sublinhou.
No final da visita, Paulo Portas referiu ainda a Lauak Portuguesa como "um bom exemplo" da recuperação económica do país: "a Lauak Portuguesa é um bom exemplo do clima económico que o país, está, felizmente, a viver - e que a nosso ver deve preservar -, dos 'clusters´ novos que estão a acontecer na economia portuguesa e que somam - não substituem -, somam às atividades tradicionais", afirmou
"[A Lauak Portuguesa] é uma empresa que pretende passar de 350 para 500 trabalhadores nos próximos anos, de 11,5 milhões de euros de volume de negócios para 37 milhões de euros, que vai fazer investimentos de 3,5 milhões de euros, para poder expandir a sua atividade, que exporta significativamente e que tem como clientes empresas multinacionais de muitíssima qualidade, como a Airbus ou a Embraer, que cumpre e é muito prestigiada", frisou.
O líder do CDS-PP lembrou ainda um conjunto de investimentos anunciados para Portugal por parte da Autoeuropa (700 ME- milhões de euros), Alqueva (220ME), Ikea (200ME) Somincor (130ME), Altri (70ME), Renova (40ME), mas alertou para os perigos de se perder o clima de estabilidade e de confiança.
"Se, porventura, dia 04 de outubro, dermos cabo da estabilidade ou da confiança, tudo isto volta para trás", avisou o líder do CDS/PP.
