André Villas-Boas: “Temos de assumir que não estamos à altura”

André Villas-Boas: “Temos de assumir que não estamos à altura”
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Porto Canal

Momentos após a derrota caseira frente ao Olympiacos, André Villas-Boas dirigiu-se à sala de imprensa do Estádio do Dragão, onde, diante da comunicação social, começou por “pedir desculpa à massa associativa do FC Porto” que “muito tem apoiado na tentativa de inverter a tendência de resultados” pelo “momento difícil de compreender e aceitar” que o clube atravessa em termos desportivos.

A atravessar uma situação inimaginável “nos piores cenários” a “poucos meses de cumprir um ano de presidência”, o dirigente máximo do clube esclareceu que Pepê “foi alvo de um processo disciplinar” devido ao “post antes da saída do antigo treinador” e que José Tavares “acreditou que a titularidade podia ser um momento para encontrar a confiança e redimir-se do erro que cometeu”. Mesmo estando a viver “uma fase de menor confiança”, o presidente mostrou-se também convicto de que “é possível lutar” pela Liga Europa e “continuar na qualificação num jogo que será decisivo em Belgrado”.

“Fizemos investimento na equipa para que lutasse por todos os títulos. Conseguimos o primeiro, falhámos dois entretanto e temos o objetivo de continuarmos a lutar por títulos”, frisou quando questionado sobre a raiz do momento negativo o responsável máximo por uma equipa que “já deu bons sinais”, podia ter chegado “ao primeiro lugar” da Liga, mas vive uma realidade “triste” em que não está “à altura” das expectativas. Continua, no entanto, a “haver crença no título nacional”, que será disputado “até ao limite das forças, sabendo que para o fazer é preciso mais compromisso, confiança e trabalho”.

Sobre Vítor Bruno, um treinador em quem o presidente confiou para “levar o clube avante com o projeto em relação ao futuro”, André Villas-Boas agradeceu “todo o seu trabalho e dedicação ao FC Porto, não só durante esta época ou meia época em que esteve ao comando” do plantel principal antes de revelar que está “num processo de negociação e de conversas com o Cruz Azul para a desvinculação do treinador Martín Anselmi”: “Neste momento não queria prolongar muito porque as conversas seguem no sentido de se chegar a bom porto a negociação. Há uma cláusula no seu contrato relativa a clubes europeus de determinado valor e outros clubes de outro valor, estamos em conversas com o departamento jurídico do Cruz Azul para chegarmos a bom porto nestas negociações e libertar o treinador. É uma negociação, temos o desejo de que se venha a juntar a nós. Em breve teremos novidades sobre essa mudança”.

A mensagem para os adeptos
“Quero pedir desculpa à massa associativa do FC Porto, segue-se novamente um período de quatro jogos sem ganhar, todos na mesma época desportiva, é um momento difícil para o clube que nos leva até há 60 anos. É um momento difícil de compreender e aceitar, por isso quero pedir desculpa à massa associativa que muito nos tem apoiado nesta tentativa de inverter a tendência de resultados. É um tempo de reflexão, de paciência – que é difícil ter-, de união – que esperamos conseguir muito em breve. Normalmente essa confiança vem com vitórias, é isso que esta equipa precisa. Precisam os jogadores, os treinadores, as equipas técnicas de apoio e é isso que estamos ansiosos que chegue. Não chegou hoje por pequenos detalhes, sem dúvida de que houve mais compromisso da equipa, mas ficámos curtos e temos de lamentar este mau momento, focarmo-nos no trabalho e pedir desculpa a esta massa associativa que não merece passar por este momento.”

O castigo a Pepê
“Isto é uma responsabilidade maior, do presidente do clube. Estou a poucos meses de cumprir um ano de presidência, nem nos piores cenários podíamos imaginar uma situação como esta, uma repetição de um ciclo de quatro jogos sem ganhar e, nesta segunda vez, com quatro derrotas. Procedemos a castigar o comportamento do jogador [Pepê] por esse post antes da saída do antigo treinador Vítor Bruno. Foi alvo de um processo disciplinar e já lhe demos conta disso. O jogador assumiu a sua culpa, fez a reflexão, o treinador acreditou que a titularidade podia ser um momento para ele encontrar a confiança e, de certa forma, redimir-se do erro que cometeu. Todos os jogadores estão à procura de se encontrar, é uma fase de menor confiança e isso fica evidente no que nos aconteceu no golo sofrido. Essa vitória é o que nos fará ter confiança nos jogadores e uns nos outros para ultrapassarmos esta má fase. É importante, sem dúvida, um pouco de paciência dos adeptos, sei que a têm tido, estamos a prevarica-los até ao limite dessa paciência, no entanto continuamos a acreditar que é possível lutar por este título, continuar na qualificação para a Liga Europa num jogo que será decisivo em Belgrado contra o Maccabi e esperar a inversão dos resultados. Isto tem um único responsável, sou eu porque sou eu que tomo as decisões e espero tomá-las sempre na consciência de que respeito a grandeza do FC Porto. Esse momento há de chegar, no entanto temos de reconhecer que não estamos a altura neste momento.”

A ambição de lutar por todos os títulos
“Fizemos investimento na equipa para que lutasse por todos os títulos. Conseguimos o primeiro, falhámos dois entretanto e temos o objetivo de continuarmos a lutar por títulos. Acreditamos na competência da equipa, já nos deu bons sinais. Como sabem, o FC Porto esteve numa situação na Madeira em que podia chegar ao primeiro lugar, não o fez e, se tivesse conseguido alcançar essa liderança, teria posto fim a quase mil dias sem chegar ao primeiro lugar. É uma realidade nova e triste do FC Porto, temos de assumir que não estamos à altura, no entanto este plantel foi construído para ganhar títulos. Continuamos a ter crença e vamos ter crença no título nacional, queremos disputá-lo até ao limite das nossas forças, sabendo que para o fazer é preciso mais compromisso, mais confiança, mais trabalho e saber que o que estamos a fazer não chega para conseguirmos vitórias que tragam essa confiança. Momento muito duro, de reflexão, de sabermos que não estamos à altura. Procuramos mais trabalho, mais compromisso e mais exigência. Demos uma resposta insuficiente e o resultado acaba por nos penalizar.”

Vítor Bruno
“Não queria muito entrar no campo porque, como sabem, fui treinador e tive de tomar uma decisão de mudança de treinador. Como esta é a primeira declaração que tenho em relação ao antigo treinador, escolhido por mim, era um treinador em quem acreditei para levar este clube avante com o nosso projeto em relação ao futuro, infelizmente isso acabou por não acontecer e tivemos que tomar uma decisão. Todos os fatores de indisciplina estão a ser tratados e os jogadores estão a fazer a sua reflexão e a perceber que não podem ultrapassar os limites. Aqui estará sempre a estrutura desportiva e executiva para tratar desses problemas. Em relação à saída do treinador Vítor Bruno, acabamos por tomar a decisão de o fazer. Quero agradecer todo o seu trabalho e dedicação ao FC Porto, não só durante esta época ou meia época em que esteve ao comando, mas durante os setes que esteve ao serviço desta casa. Sempre lhe demos condições para levar avante o seu projeto e sempre o apoiámos, sendo que os treinadores estão dependentes dos resultados desportivos e acabámos por decidir fazer a mudança com o objetivo de continuarmos a lutar pelo título. Em breve teremos novidades em relação a essa mudança.”

Martín Anselmi
“Estamos num processo de negociação e de conversas com o Cruz Azul para a desvinculação do treinador Martín Anselmi do seu clube. Neste momento não queria prolongar muito porque as conversas seguem no sentido de se chegar a bom porto a negociação. Há uma cláusula no seu contrato relativa a clubes europeus de determinado valor e outros clubes de outro valor, estamos em conversas com o departamento jurídico do Cruz Azul para chegarmos a bom porto nestas negociações e libertar o treinador. É uma negociação, temos o desejo de que se venha a juntar a nós, no entanto compreendemos que o Cruz Azul queira defender os seus interesses e continuamos a falar com o clube para terminar essas negociações.”

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