Mais de mil empresas venezuelanas vão deixar de ter acesso a divisas para importações
Porto Canal / Agências
Caracas, Venezuela, 28 out (Lusa) - As autoridades venezuelanas anunciaram no domingo que 1.245 empresas venezuelanas vão deixar de ter acesso ao sistema oficial de obtenção de moeda estrangeira para a importação de produtos por terem incorrido em alegadas irregularidades.
A suspensão foi anunciada pelo presidente da Comissão de Administração de Divisas (Cadivi), organismo que regula o sistema de controlo cambial vigente na Venezuela, José Khan.
"Na Cadivi, estamos a melhorar os nossos sistemas para detetar irregularidades. Estamos a melhorar o controlo posterior [à entrega de divisas], fazemos visitas às empresas, verificamos no local se está a quantidade de produto que iam importar e se é vendido ao preço que disseram que seria vendido", explicou.
Segundo José Khan, entre as irregularidades detetadas nas inspeções está a "sobrefacturação e violações a alguns acordos" internacionais. Também a importação de produtos de países diferentes ao indicado no pedido.
Na Venezuela está vigente, desde 2003, um sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país. Para ter acesso a dólares para importar, as empresas têm que pedir autorização à Cadivi.
Os empresários queixam-se normalmente de atrasos na autorização de divisas, que têm uma cotação oficial de 6,30 bolívares por cada dólar norte-americano, mas cujo valor é superior no mercado paralelo.
Além da alta inflação de quase 50% em 12 meses, os venezuelanos têm-se queixado de dificuldades para comprar produtos como a farinha de milho, arroz, margarina, açúcar, óleo, leite, papel higiénico, entre outros.
FPG // PNE.
Lusa/Fim