Movimento Defesa da Escola Ponto protesta domingo no Porto
Porto Canal com Lusa
Porto, 17 jun (Lusa) - O movimento Defesa da Escola Ponto promove no domingo um protesto no Porto com a finalidade de demonstrar que as turmas nas escolas privadas "são mais baratas" do que as públicas em 25 mil euros por ano.
"Vinte e cinco mil euros por ano, em média, é quanto o Orçamento de Estado poupa por cada turma que abre numa escola com contrato de associação em vez de numa escola pública", defende, em comunicado, o movimento que reúne as escolas que têm contrato de associação com o Estado, professores, não docentes, alunos e respetivas famílias
Para domingo, às 10:30, o movimento tem agendada uma "ação criativa" na Avenida 25 de Abril, no Porto, onde pretende "desenhar com pessoas" o número correspondente à defendida poupança anual.
"Será uma forma criativa de demonstrar que não se pode combater a qualidade de escolas que são uma referência para as famílias de muitos pontos do país (...) com base num equívoco: o nosso ensino privado é mais económico para o Estado do que as turmas das escolas públicas", defende, em comunicado, Sandra Strecht, representante dos professores na direção do movimento.
Com o protesto de domingo, quer o movimento "que os alunos se possam continuar a inscrever" nas escolas privadas com contrato de associação, "uma vez que o custo que as turmas representam para o Orçamento de Estado é muito inferior ao que o Ministério da Educação tem de pagar por novas turmas nas escolas públicas".
No comunicado, o representante das escolas na direção do movimento, Manuel Bento, assinala que "os portugueses têm de perceber que o Governo os enganou ao dar a entender que turmas nos privados são mais caras e que, ao acabar com elas, irá poupar dinheiro para outras coisas".
Defende o responsável que "o Orçamento de Estado paga menos por haver turmas em escolas com contrato de associação porque, enquanto as turmas nestas escolas só custam 80.500 euros por ano aos contribuintes, nas escolas estatais o custo médio de turmas equivalentes é de 105.800 euros por ano".
No documento, o representante das famílias no movimento, Luís Marinho, apela a que "todas as famílias continuem a matricular os seus filhos nas escolas a que o Ministério da Educação impede a abertura de novas turmas".
"As providências cautelares estão em curso, os tribunais darão razão à nossa luta", salienta o responsável, recomendando que os encarregados "façam as matrículas nas escolas da sua escolha", em seguida "se dirijam à escola onde o Estado nos quer colocar e apresentem, por escrito, uma queixa formal" e, por fim, "que continuem na sua vida normal" de esclarecimento.
Depois da ação na Avenida 25 de Abril, a manifestação irá dirigir-se para a Avenida dos Aliados, passando pelo Campo 24 de Agosto e pela Rua Fernandes Tomás.
"A principal reivindicação desta manifestação é a revogação do despacho normativo 1H/2016, que regula o regime de matrículas e frequência dos alunos, e cuja aplicação impede a frequência das 79 escolas por parte de alunos de fora das respetivas freguesias", explica.
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