Rui Rio considera demissão do presidente da CCDR-N uma contradição
Porto Canal com Lusa
O ex-autarca do Porto, Rui Rio, disse que é uma “contradição” o Governo demitir o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e, depois, defender que o cargo deve ser eleito por todos os autarcas.
“Não compreendo como é que, por exemplo, o presidente da [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte] CCDR-N é demitido esta semana, tendo ele o apoio maioritário dos autarcas da região Norte, e é demitido pelo Governo que, ao mesmo tempo, diz que aquele lugar deve ser eleito pelos autarcas todos, há aqui uma contradição”, frisou o social-democrata na segunda-feira à noite, durante a sua intervenção no Clube dos Pensadores, em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto.
Na semana passada, o Governo PS comunicou a exoneração do presidente da CCDR-N, Emídio Gomes, “por incumprimento reiterado das orientações da tutela sobre matérias inerentes ao exercício das suas funções”.
Após este anúncio do Governo, vários autarcas do Norte criticaram o modo como Emídio Gomes foi afastado da presidência da CCDR-N, ressalvando recear que o novo responsável possa acentuar o desequilíbrio que já existe na distribuição de fundos europeus.
Segundo Rui Rio, se o Governo de António Costa quer demitir demite, mas não pode ao mesmo tempo dizer que esse lugar é para ser eleito por todos os autarcas porque, se assim fosse, Emídio Gomes tinha o apoio da maioria.
Além desta questão, o ex-autarca do Porto falou na necessidade de “reformar o regime democrático” porque está “naturalmente desgastado”.
Por isso, o social-democrata defendeu a realização de um “debate alargado e sério” sobre a regionalização que, frisou, se for bem feita pode consubstanciar formas diferentes de governar o país.
E ressalvou: “com a regionalização podemos vir a ter uma administração central mais eficaz e menos despesista”.
Na sua opinião, Portugal é um país “inadmissivelmente concentrado”.
Questionado várias vezes pelos presentes na sala sobre uma eventual candidatura à liderança do PSD, Rui Rio fugiu sempre à pergunta, insistindo que o partido teve um congresso há meses com eleições democráticas.
“Houve um congresso e candidatou-se quem quis, ganhou quem ganhou”, rematou.