Quercus apresentou queixa-crime contra presidente da Câmara de Gaia

Quercus apresentou queixa-crime contra presidente da Câmara de Gaia
| Norte
Porto Canal com Lusa

A Quercus divulgou hoje ter apresentado uma queixa-crime contra o presidente da Câmara de Gaia pelas suas afirmações sobre a associação ambientalista, que tem criticado a nova localização do festival Marés Vivas.

Desde o início do ano que a nova localização escolhida para o festival de verão, junto ao Estuário do Douro, tem motivado críticas da associação ambientalista, que na passada semana disse ter pedido o embargo da obra de preparação do terreno onde irá também nascer um novo parque urbano.

Por diversas vezes, o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, argumentou que na origem das críticas dos ambientalistas estava o fim do financiamento dado pela autarquia àquela associação no âmbito de um protocolo com cláusulas confidenciais.

"Por tais declarações serem falsas, graves e profundamente atentatórias da reputação da Quercus, foi apresentada, contra o autarca em questão, queixa pelo crime de ofensa ao bom nome de pessoa coletiva, agravada pelo meio e pelas especiais responsabilidades do presidente da câmara", informa hoje a associação em comunicado, explicando ainda que o processo deu entrada no DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal) de Gaia.

Hoje, os ambientalistas dizem ser "absolutamente falso que alguma vez tenha existido qualquer financiamento secreto ou unguento de 15 mil euros de que a Quercus tenha sido beneficiária" e que "a Quercus não tem interesses ocultos nem outra motivação que não seja a defesa intransigente do património natural".

Segundo a Quercus, "a Câmara de Gaia não cortou nenhum financiamento, quer porque não existiam financiamentos, quer porque o valor necessário para o protocolo comum já estava pago e não se previam quaisquer reforços".

Admitindo que em 2010 as duas entidades assinaram o "Protocolo Ecosaldo" para preparação de uma candidatura a fundos comunitários, a organização não-governamental refere que a autarquia se comprometeu a ceder instalações e entregar "um valor único de 15 mil euros" de comparticipação.

"Nenhuma das cláusulas desse acordo é secreta nem há -- ou alguma vez haveria -- qualquer motivo para o ser", garantem os ambientalistas que dizem ser "insidiosa a insinuação de que foi por causa deste protocolo que a Quercus nunca viu problemas na anterior localização a apenas 900 metros da nova".

A associação diz que "não está, nem nunca esteve contra Gaia" e que "não é contra o festival Marés Vivas, apenas contra a sua localização no limite da Reserva Natural", razão pela qual pretende dar entrada no tribunal uma providência cautelar.

Em resposta, o presidente da autarquia diz registar "com satisfação que a Quercus reconhece a existência de um protocolo de 15 mil euros com o Município de Vila Nova de Gaia, datado de outubro de 2010" bem como o "reconhecimento da existência de uma anormal e inexplicável cláusula de confidencialidade".

"Regista-se também que a Quercus passou a insistir neste assunto 'Marés Vivas', mesmo depois do parecer favorável do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e da Agência Portuguesa do Ambiente, manifestando uma genica que nunca teve quando o festival se realizava a 900 metros da reserva. Tudo o resto será dirimido em tribunal", assinala.

A preparar-se para a sua 14.ª edição, o Marés Vivas vai ter de mudar de lugar e o novo local escolhido pela autarquia e empresa promotora fica a 900 metros do anterior e junto à Reserva Natural do Estuário do Douro o que, após críticas, motivou a criação de uma comissão de acompanhamento pelo Ministério do Ambiente.

No início de abril, o Ministério do Ambiente divulgou o resultado do trabalho da comissão que concluiu pela "viabilidade da realização" do festival junto ao Estuário do Douro e definiu medidas para minimizar o impacto do evento.

Já na passada semana foi criado o Movimento Cívico SOS Estuário do Douro, que, em comunicado, referiu ter apelado aos artistas para que se "recusem a atuar" no festival e os patrocinadores e espetadores que "não contribuam para mais este atentado ambiental".

+ notícias: Norte

Centro TUMO nasce em Matosinhos em setembro para formar jovens em robótica ou música

Um novo centro de tecnologias criativas TUMO vai abrir em setembro na região Norte, nomeadamente em Matosinhos, para formar, de forma gratuita, jovens em áreas como robótica, fotografia e ‘design’ gráfico, revelou esta segunda-feira o responsável pelo projeto.

Hospital de Gaia deteta presença de ‘legionella’ mas não há infetados

O Hospital de Gaia detetou a presença da bactéria ‘legionella’ em três pontos de água mas não há infetados e foi feita uma desinfeção total da rede de canalização, disse à Lusa fonte oficial.

Negociante de arte com pena de oito anos e meio por comercializar quadros falsos

Um negociante de arte foi condenado a oito anos e meio de prisão pelo Tribunal de Penafiel, por comercializar obras falsificadas de pintores conhecidos, pintadas por dois reclusos da prisão de Paços de Ferreira, que foram absolvidos.