Eixo Atlântico diz que se não houver recuo da TAP avança para "outros players"
Porto Canal com Lusa
Santa Maria da Feira, Aveiro, 16 fev (Lusa) - O presidente do Eixo Atlântico afirmou hoje na Feira que se o Governo não impedir a TAP de recuar na supressão de rotas aéreas a partir do Porto, a região irá encontrar "outros 'players'" para as substituir.
Foi essa a posição defendia por Ricardo Rio - também presidente da Câmara de Braga - à saída da assembleia-geral de que resultou uma moção unânime de "repúdio" e "desconforto" quanto à anunciada intenção de a transportadora área nacional suprimir as rotas entre o Aeroporto Francisco Sá Carneiro e as cidades de Barcelona, Milão, Roma e Bruxelas.
"Esta é uma matéria que nos preocupa e que merece neste momento interferência governativa, porque há aqui um erro de perceção na forma como o Norte e esta oportunidade de mercado estavam a ser encaradas", declarou.
"Não havendo disponibilidade da TAP [para recuar na decisão] nem havendo interferência governativa, adotaremos a estratégia alternativa, que é encontrar outros 'players' que venham no mercado suprir a falta de oferta nestas mesmas linhas [aéreas]", realçou.
Para Ricardo Rio, "se o Estado quis ter uma participação pública relevante no capital da TAP, não foi de certeza para partilhar dos lucros da empresa" e sim para lhe conferir "sentido público", o que não invalida que Governo e transportadora devam reconhecer a "oportunidade económica" representada pelo aeroporto do Porto.
O presidente do Eixo Atlântico afirma, aliás, que esse potencial é que "devia ser o critério prioritário nesta matéria" da redefinição de rotas, na medida em que "o Francisco Sá Carneiro é o aeroporto de referência de toda a região" do Noroeste Peninsular.
A possibilidade de as rotas a suprimir no Porto serem substituídas por outras revela-se "saudável", mas continuará a não ser solução para as pretensões dos municípios do Norte de Portugal e da Galiza.
"O que nós criticamos não é o alargamento da oferta - é a supressão de uma oferta como aquela que existia em linhas cruciais e muito procuradas por parte de toda esta região", explica Ricardo Rio.
Já sobre o desagrado expresso pelo alcaide da cidade espanhola de Vigo quanto à posição defendida por Rui Moreira - que, enquanto presidente da Câmara Municipal do Porto, classificou a nova ligação Lisboa-Vigo como "dramática" -, o presidente do Eixo Atlântico defende que terá havido aproveitamento indevido da situação.
"É muito mais confortável para aqueles que nos causam este prejuízo que nos entretenhamos com disputas umbilicais e internas que não são prioritárias, para nos fragilizarem naquela que é a questão verdadeiramente importante: a de que haja serviço público neste caso e também uma aposta económica nesta eurorregião, por parte da TAP e de todos os agentes", concluiu.
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