Vila Real, 24 ago (Lusa) -- A candidatura do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara de Vila Real fez hoje a única arruada nesta campanha eleitoral, com os bloquistas a dizerem "não às promessas para caçar votos" e a prometerem fazer frente aos "interesses instalados".

"Vejo os outros partidos todos os dias nos mercados e isso é uma repetição das mesmas coisas e o Bloco tem uma postura diferente. A nossa política é mais de esclarecimento do que uma política de carros a gritarem música e chavões", afirmou o cabeça de lista do BE em Vila Real, Rui Cortes.

A candidatura bloquista distribuiu panfletos com as propostas para estas eleições, mas não conseguiu dar resposta aos vários pedidos de brindes, de sacos e canetas dos comerciantes e clientes que esta manhã estavam no mercado municipal.

"Não temos nada para oferecer, só papéis", gracejou Rui Cortes.

O candidato ficou triste com o "mercado vazio e envelhecido" que encontrou e a "perda completa de dinamismo da vida" que ali havia antes.

"Está tudo virado atualmente para as grandes superfícies e o poder de compra realmente diminuiu também. É o coração da cidade e a dinâmica da cidade que aparece completamente destruída", lamentou.

Preocupado com a "situação dramática" de muitos habitantes do concelho, o BE propõe a criação de um gabinete adstrito a um vereador na área social, já que considera que é "necessário atuar energeticamente para evitar uma situação de calamidade pública que se avizinha".

Para o Bloco, economia é também democracia, pelo que quer "envolver os habitantes nas decisões" implementando, sendo que possível, orçamentos participativos.

O partido defende ainda "a desburocratização dos pesados serviços municipais", que considera ser um "convite constante à ilegalidade", e quer que os fundos comunitários "não continuem a ser desperdiçados".

No domingo, Rui Cortes vai ter como opositores António Carvalho (PSD), Rui Santos (PS), Jorge Pinho (CDS-PP) e Júlia Violante (CDU).

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