Petição que exige atualização de pensão para todos entregue até final do mês no parlamento
Porto Canal/ Agências
O movimento Justiça para Pensionistas e Reformados (JPR) pretende entregar até ao final do mês, no parlamento, uma petição a exigir a alteração da norma que estabelece a atualização das pensões apenas no segundo ano de aposentação. Intitulada "Atualização de pensão para todos os pensionistas e reformados", a petição contava esta quarta-feira à tarde com mais de 3.230 assinaturas online.
"Em papel ainda não sabemos o número, mas acreditamos que são tantas quanto essas ou mais, porque temos uma rede de pessoas por todo país a recolher assinaturas", disse esta quarta-feira à agência Lusa António Lourenço, porta-voz do movimento.
Em causa está o artigo sobre a atualização de pensões da lei 52 de 2007, que refere que "as pensões de aposentação, reforma e invalidez são atualizadas anualmente, a partir do segundo ano seguinte ao da sua atribuição, com efeitos a partir do dia 1 de janeiro de cada ano, em função do seu montante".
De acordo com a norma, qualquer aposentado em 2023 só terá direito a atualização de pensão em janeiro de 2025.
"É absolutamente absurdo e irracional, não há nada na lei que o justifique", frisou António Lourenço.
A petição será remetida ao Presidente da República, à Assembleia da República, ao Governo e aos partidos políticos, "tendo em vista obter depois audiências com os grupos parlamentares", acrescentou.
Segundo António Lourenço, o movimento JPR pretende que a norma seja alterada "de forma que este problema nunca mais se coloque, porque nunca se sabe como é que a conjuntura em termos de inflação ocorre".
"É justo que no início do ano os pensionistas todos possam ter a atualização da sua pensão do montante que neste momento está previsto na lei", afirmou, esclarecendo que o que o movimento quer discutir é "uma possível inconstitucionalidade que é a desigualdade de tratamento aos pensionistas".
Em 29 de fevereiro, o movimento entregou uma queixa à Provedoria de Justiça, lamentando o "tratamento discriminatório e inconstitucional", mas ainda não obteve resposta.
"Temos esperanças de que a Provedoria de Justiça aponte no sentido de recomendar ao Parlamento a revogação da norma", disse António Lourenço, acrescentando que o movimento gostaria de iniciar em junho "uma solução que seja concertada, consensualizada e definitiva".