Partidos defendem aumento os salários e melhores condições para os trabalhadores
Porto Canal/ Agências
O PS, BE, PCP e PAN marcaram presença no tradicional desfile do 1.º de Maio, em Lisboa, e defenderam aumentos salariais e melhores condições para os trabalhadores.
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, considerou que os trabalhadores enfrentam questões como “baixos salários, longos horários de trabalho, muita precariedade, muitos contratos a prazo”.
“Queremos menos tempo de trabalho, melhores salários e condições mais estáveis de vida, porque no fim é só isso que procuramos para ter uma vida melhor e um futuro melhor”, defendeu, considerando que “o país se torna mais forte, cresce mais, é mais igual, se for capaz de pagar melhores salários, dar melhores condições de trabalho, dar mais estabilidade no emprego, mas também menos horas de trabalho”.
A líder do BE destacou algumas propostas do seu partido, nomeadamente o aumento do salário mínimo para 900 euros e a implementação da semana de quatro dias de trabalho e de leques salariais.
Mariana Mortágua acusou o Governo de dar “sinais contrários” e referiu que “não há um compromisso sério com o aumento do salário mínimo, nem nenhuma proposta para aumentar os salários médios”.
Na ocasião, a coordenadora do BE foi também questionada sobre a exoneração da provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e afirmou que a “troca de cadeiras” não resolve “os problemas do país”, acusando o executivo de “confusão atrás de confusão” e de ainda não ter feito nada de concreto desde que iniciou funções.
Também presente na marcha entre o Martim Moniz e a Alameda D. Afonso Henriques, o secretário-geral do PCP considerou que esta é “uma grande demonstração de força”, na qual os trabalhadores reivindicam “justas exigências por uma vida melhor, por mais salários, mais direitos, contra a precariedade, por horários dignos” e por mais justiça “na distribuição da riqueza”.
O dirigente comunista avisou que o Governo “não está de mãos livres” e defendeu que aqueles “que trabalham todos os dias são os que põem o país a funcionar, são os que põem a economia a funcionar, e merecem respeito, valorização e uma vida melhor e mais salário”.
“Era bom que o Governo, de uma vez por todas, cumprisse as promessas que fez a vários setores profissionais” e “deixasse de se submeter aos interesses de outros, nomeadamente Bruxelas e se submetesse aos interesses da maioria”, afirmou Paulo Raimundo.
A cabeça de lista do PS às eleições europeias, Marta Temido, assinalou que o 1.º de Maio é “uma festa, uma festa de celebração do trabalho e da importância do trabalho como valor fundamental da estruturação das sociedades”.
A deputada assinalou “a importância do trabalho na agenda europeia” e apontou que os candidatos ao Parlamento Europeu têm “uma grande responsabilidade em relação a um conjunto de compromissos, com uma agenda de trabalho mais digno, melhores salários, naturalmente, sempre com mais emprego, mas também com melhores condições de vida para os trabalhadores”.
“Aquilo que a Europa assumiu e que Portugal traduziu para as suas metas nacionais em relação à taxa de emprego, em relação à taxa de população adulta a fazer formação que permita lidar com os novos desafios do mundo trabalho, em relação à diminuição da pobreza, são desafios que não são só para ficar no papel”, indicou a candidata e dirigente do PS.
Também questionada sobre a provedora da Santa Casa, a antiga ministra da Saúde disse que este processo “suscita apreensões” e que é preciso aguardar as explicações dos envolvidos no parlamento “para perceber o que é que de concreto se passou”.
A porta-voz do PAN considerou que é preciso “garantir a dignidade e valorização dos trabalhadores” e defendeu uma “agenda do século XXI”, que se reflita numa “economia de felicidade e bem-estar”.
A deputada única do Pessoas-Animais-Natureza referiu também ser “fundamental que se retome a negociação relativamente à valorização de várias carreiras, como enfermeiros, professores e forças de segurança”, pedindo ao Governo que saia “da política da propaganda”.
Inês de Sousa Real insistiu ainda na atualização dos escalões de IRS tendo em conta a inflação, defendendo a necessidade de “aliviar a carga fiscal, que é demasiado pesada para os trabalhadores”.