Banif: Ex-ministra das Finanças diz que venda era "preferível" mas não foi possível

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 21 dez (Lusa) - A ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, considerou hoje que a venda do Banif teria sido a melhor opção, mas que tal não foi possível durante os últimos anos devido à falta de concretização de propostas dos interessados.

"Houve múltiplas tentativas para vender o banco, o que era preferível. A resolução é sempre em último recurso e é da responsabilidade do Banco de Portugal. Não é um momento que se escolha, só é possível quando não há outras soluções que permitam que um banco seja viável", afirmou a ex-governante em entrevista à estação televisiva TVI.

E realçou: "Enquanto estive [à frente das Finanças] não foi possível [vender o Banif]. E agora parece que também não".

A responsável reforçou que "houve muitas tentativas de venda e seria a melhor solução, mas não foi possível".

Uma das críticas que têm sido dirigidas à ex-ministra está relacionada com a falta de iniciativa para vender o Banif antes que este entrasse numa situação ainda mais crítica, com muitas vozes a acusar o executivo de Passos Coelho de ter adiado o problema, até por contar com o processo de venda do Novo Banco a decorrer em simultâneo.

"Sempre incentivei [a venda do Banif] o mais possível. Não teve nada a ver uma coisa com a outra", assegurou.

"Da parte que me cabia fiz os esforços para a venda do Banif nos últimos dois anos", assinalou.

Questionada sobre as razões que impediram que se concretizasse uma das seis propostas de compra que surgiram no final da semana passada, Maria Luís Albuquerque disse não ter condições para fazer uma avaliação, uma vez que já não integra o executivo (o Governo liderado por António Costa entrou em funções no final de novembro).

Maria Luís Albuquerque justificou o envolvimento do Estado português na recapitalização do Banif, em 2013, com o momento que a banca atravessava e que obrigou à injeção de capitais públicos em vários bancos.

De resto, a ex-ministra disse que, nessa altura, "a situação não estava ótima mas era menos desfavorável", assegurando que "não impedia que se tivesse encontrado um comprador para o Banif".

Porém, no seu entender, "na última semana a situação agravou-se", tendo apontado para a corrida aos depósitos que se gerou após ter sido divulgada uma notícia da TVI que apontava para o encerramento do banco.

"A situação do Banif era muito difícil e isso trouxe dificuldade acrescida", comentou, admitindo que "nas últimas semanas a situação se tenha deteriorado".

A deputada eleita pelo PSD disse esperar que haja acordo entre os partidos para que seja realizada uma comissão parlamentar de inquérito de forma a "esclarecer o que aconteceu no Banif", sublinhando que, desde a intervenção estatal, houve momentos de melhoria e outros de agravamento na situação do banco.

Certo é que nos últimos anos o Banif "era um banco mais frágil do que os outros", constatou.

"A estabilidade financeira é uma matéria muito importante e que deve ser preservada. E por isso mesmo houve uma recapitalização em 2014", vincou, admitindo que estava "consciente das dificuldades que a operação [do Banif] atravessava".

O Governo e o Banco de Portugal decidiram a venda da atividade do Banif e da maior parte dos seus ativos e passivos ao Banco Santander Totta por 150 milhões de euros, anunciou o Banco de Portugal em comunicado no domingo.

A alienação foi tomada "no contexto de uma medida de resolução" pelas "imposições das instituições europeias e inviabilização da venda voluntária do Banif", segundo o comunicado.

A operação "envolve um apoio público estimado em 2.255 milhões de euros que visam cobrir contingências futuras, dos quais 489 milhões de euros pelo Fundo de Resolução e 1.766 milhões diretamente do Estado", disse o banco central, garantindo que esta solução "é a que melhor protege a estabilidade do sistema financeiro português".

DN // ATR

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