Centeno diz existirem "evidências" de eleitoralismo na falta de atuação do anterior Governo
Porto Canal com Lusa
O ministro das Finanças afirmou hoje que há "alguma evidência" de que o governo de Passos Coelho não atuou no caso do Banif por questões eleitoralistas e que essa decisão "restringiu bastante as opções" do atual executivo.
Mário Centeno, que falava aos jornalistas após o Conselho de Ministros aprovar um Orçamento Retificativo para 2015 para resgatar o Banif, referiu que "há três anos que o Banif tinha uma ajuda de Estado que era classificada pela Comissão Europeia como temporária", sendo que foram submetidos oito processos de restruturação e nunca aprovados.
"Essa medida restringiu bastante as opções que o Governo tinha para atuar sobre o Banif", frisou o ministro das Finanças, acrescentando haver "uma clara falta de compromisso do governo [anterior] que objetivamente prejudicou a solução, porque diminui as opões disponíveis e colocou pressão sobre a tomada de decisão".
O primeiro-ministro, António Costa, admitiu no domingo que a venda do Banif ao Santander, por 150 milhões de euros, tem um "custo muito elevado", mas é a solução que "melhor defende o interesse nacional".
"Esta venda tem um custo muito elevado para os contribuintes, mas é, no atual contexto, a melhor solução que defende o interesse nacional", afirmou António Costa numa declaração ao país, no Palácio de São Bento, em Lisboa.
A declaração de António Costa aconteceu minutos depois do anúncio, em comunicado, da venda do Banif ao Santander, pelo Banco de Portugal.
A opção, disse António Costa, "foi tomada tendo em conta a proteção dos depositantes, a defesa dos postos de trabalho, a salvaguarda da economia, em particular das regiões autónomas, e a defesa da estabilidade do sistema financeiro".
E, acrescentou, "protege integralmente" todos os depósitos, "incluindo as poupanças dos emigrantes portugueses confiadas ao Banif fora do território nacional".
O primeiro-ministro explicou depois que quando o Governo tomou posse foi "confrontado com uma situação de urgência", que era "conhecida pelas autoridades portuguesas há mais de um ano".
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