KPMG e as ligações perigosas na venda do Novo Banco
Porto Canal (LYV)
A empresa KPMG prestou serviços a dois dos concorrentes na compra do Novo Banco: o Anbang e a Fosun. Por sua vez, a KPMG foi tambem auditora do BES até ao seu colapso, o que pode criar um potencial conflito de interesses. Estes contornos do processo de venda do Novo Banco, levantaram dúvidas no Banco de Portugal.
A emprestou KPMG deu assessoria financeira a dois concorrentes, o Anbang e a Fosun - que estão envolvidos nas negociações ligadas à compra do Novo Banco -, a descoberta desta ligação criou controvérsia no meio financeiro e em certos círculos ligados ao Banco de Portugal (BdP), que tutela o Fundo de Resolução, o vendedor.
A KPMG foi também auditora do BES (até ao colapso do mesmo), o que pode criar um potencial conflito de interesses. Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, teceu duras críticas à instituição, por esta não ter “identificado atempadamente” as deficiências financeiras que justificaram a intervenção de 3 de Agosto de 2014.
"Não há qualquer conflito de interesse. A KPMG Portugal esteve a apoiar a Fosun e a KPMG Londres esteve do lado do Anbang e ambas as instituições tinham conhecimento do facto e não colocaram obstáculos", foi desta forma que uma fonte oficial da KMPG reagiu face às acusações a que a empresa tem sido alvo, em declarações ao jornal Público.
As negociações para o Novo Banco foram canceladas pelo Banco de Portugal, nesta terça-feira, após a recusa o grupo Anbang se recusar a melhorar as condições da sua oferta. Um novo concurso público, sob novos moldes, arrancará no final de 2015 ou em 2016.