Dinamarca propõe receber mil refugiados voluntariamente

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Porto Canal com Lusa

Copenhaga, 17 set (Lusa) - O primeiro-ministro dinamarquês anunciou hoje que o país está disposto a receber mil refugiados, voluntariamente e fora do sistema de quotas obrigatórias proposto pela Comissão Europeia (CE).

Lars Lokke Rasmussen reiterou que a política de imigração e asilo dinamarquesa "não será decidida por Bruxelas", mas reconheceu que a Europa vive uma "situação extraordinária" para a qual é necessário adotar "soluções comuns".

A Dinamarca não está obrigada a participar na distribuição de refugiados proposta por Bruxelas, já que mantém uma exceção à política comunitária da Justiça e Interior, tal como o Reino Unido e a Irlanda.

Na segunda-feira, os 28 foram incapazes de chegar a acordo sobre o plano de relocalização de mais 120 mil refugiados, adiando uma decisão para uma futura reunião, a 20 de setembro.

A posição dinamarquesa vai ser apresentada por Rasmussen, hoje em Bruxelas, ao presidente da CE, Jean Claude Juncker, e ao líder do Conselho da UE, Donald Tusk.

Esta medida "depende do apoio do parlamento dinamarquês e de uma solução europeia comum", esclareceu a ministra da Integração, Inger Stojberg.

O executivo liberal dinamarquês está no poder com o apoio externo de outras forças de direita, entre as quais o Partido Popular, anti-imigração, embora na votação desta proposta seja previsível o apoio do Partido Social-Democrata.

O Governo quer também aprovar um pacote de 100 milhões de euros para apoiar as ações nas áreas próximas dos países de origem dos refugiados e o controlo das fronteiras externas da UE, além de convocar uma reunião com sociedade civil para melhorar os programas de integração na Dinamarca.

Nos últimos dez dias, a Dinamarca recebeu mais de oito mil refugiados, vindos da Alemanha, na sequência da decisão de Berlim de permitir a passagem de refugiados sírios.

As autoridades dinamarquesas decidiram há uma semana permitir a passagem de refugiados, por o país não ter capacidade para os reter indefinidamente e por a grande maioria não pretender pedir asilo na Dinamarca, mas em outros países nórdicos, sobretudo na Suécia.

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