Merkel rejeita sanções aos países europeus que recusaram quotas

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Porto Canal com Lusa

Berlim, 15 set (Lusa) -- A chanceler alemã, Angela Merkel, opôs-se hoje "às ameaças" de sanções contra os Estados europeus que estão contra as quotas de acolhimento de migrantes, uma medida proposta hoje pelo seu ministro do Interior.

"Julgo que devemos tentar recuperar o espírito europeu (...) mas as ameaças não são o caminho para alcançar um acordo", disse, durante uma conferência de imprensa e no rescaldo do fracasso da negociação sobre a recolocação de 160 mil refugiados na Europa.

Em conferência de imprensa em Berlim com o seu homólogo austríaco Werner Faymann, a chanceler alemã sublinhou a necessidade de os líderes europeus, à margem das quotas que debatem com os ministros do Interior, abordarem questões como a ajuda aos países de origem dos refugiados e a criação de mais centros para o registo de requerentes de asilo nas fronteiras exteriores da União Europeia (UE).

Merkel e Faymann decidiram promover este encontro perante a "situação de emergência" criada nas fronteiras dos dois países e após a reunião de ministros do Interior em Bruxelas, na segunda-feira, não ter obtido resultados concretos para a distribuição por quotas dos refugiados entre os 28 Estados-membros da UE.

O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, tinha defendido hoje, no regresso da reunião, a necessidade de adotar "medidas" contra os países reticentes em participar no acolhimento de refugiados, e considerou necessário aprovar "medidas de pressão" contra esses parceiros.

Enquanto Merkel insistia que as ameaças não devem ser a opção a seguir, o primeiro-ministro austríaco considerou ainda que os países "contribuintes líquidos", como a Áustria e a Alemanha, devem "analisar" os recursos financeiros que recebem os restantes países da União.

PCR // VM

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