UE "coberta de vergonha", diz Alemanha que ameaça reduzir fundos estruturais

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Porto Canal com Lusa

Berlim, 15 set (Lusa) - O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, considerou hoje que a Europa está "coberta de vergonha" depois do fracasso na véspera de uma reunião ministerial, em Bruxelas, sobre a repartição dos refugiados entre os países da UE.

Na segunda-feira "à noite, a Europa cobriu-se novamente de vergonha", declarou em conferência de imprensa Gabriel, que é também ministro da Economia da chanceler Angela Merkel.

"O que vivemos (na segunda-feira) ameaça a Europa ainda mais do que a crise grega", sublinhou. "E se não chegarmos a um acordo, então as previsões orçamentais europeias serão apenas, a médio prazo, vento".

"A Alemanha não está pronta para ser na Europa, de certa forma, o pagador (...) Todos participam quando recebem dinheiro, mas ninguém aparece quando é para assumir responsabilidades. Se isto continuar assim, é o fim das atuais condições de financiamento", lamentou Gabriel.

O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, tinha já sugerido reduzir os fundos estruturais da UE aos países que rejeitem as quotas de repartição de refugiados.

"Devemos falar de meios de pressão", disse à televisão pública alemã ZDF. Os países que recusarem a repartição por quotas "são muitas vezes os países que recebem muitos fundos estruturais" europeus, acrescentou.

Na segunda-feira, o vice-chanceler tinha afirmado que a Alemanha, que reintroduziu no domingo os controlos nas suas fronteiras, esperava receber um milhão de migrantes e refugiados este ano, quando as previsões oficiais apontavam para 800 mil.

Os 28 Estados-membros da UE, reunidos de emergência na segunda-feira à noite em Bruxelas, não chegaram a acordo sobre a repartição obrigatória de 120 mil refugiados.

A Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia, nomeadamente, recusaram a repartição através de quotas.

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