Gaia quer que Conselho Metropolitano do Porto peça demissão de gestores da Metro/STCP
Porto Canal com Lusa
Vila Nova de Gaia, Porto, 25 ago (Lusa) -- O presidente da Câmara de Gaia solicitou hoje uma reunião "de emergência" do Conselho Metropolitano do Porto para debater uma eventual pedido de demissão do Conselho de Administração da Metro do Porto e da STCP.
"Um dos pontos que penso que faz sentido estar em cima da mesa nesta reunião é o pedido de demissão do Conselho de Administração, (...) já que neste momento estão postos em causa os mínimos de confiança", avançou Eduardo Vítor Rodrigues, em declarações à Lusa.
De acordo com o autarca, a reunião poderá ter lugar já na próxima sexta-feira ou no início da próxima semana, mas terá de acontecer antes de terminar o prazo de entrega das propostas a 02 de setembro.
A Metro do Porto é detida em 40% pelo Estado português, em 39,9995% pela Área Metropolitana do Porto, em 16,67% pela STCP, em 3,33% pela CP -- Comboios de Portugal e 0,0005% pelas câmaras municipais do Porto, Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Vila Nova de Gaia e Gondomar. Já a STCP é detida na totalidade pelo Estado.
Nomeado em partes iguais pelo Estado e pela AMP, o Conselho de Administração da Metro do Porto é constituído pelo presidente João Velez Carvalho, o vogal António José Lopes e os administradores não executivos Miguel Sá Pinto, Joana Lima, Gonçalo Gonçalves e António Tiago.
João Velez Carvalho é também presidente não executivo do Conselho de Administarção da STCP, onde se faz acompanhar por André Sequeira, Alfredo Navio e António Lopes.
O pedido de reunião do Conselho Metropolitano surge no mesmo dia em que o Ministério da Economia informou que a concessão das operações da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e da Metro do Porto vai ser atribuída por ajuste direto.
Em comunicado, o Ministério indicou que, "na sequência da impossibilidade jurídica em prosseguir com o concurso público internacional aberto em agosto de 2014, as administrações da STCP e Metro do Porto decidiram, sem votos contra de nenhum acionista, a reabertura do procedimento concorrencial da subconcessão da atividade destas duas entidades".
"Esta é uma decisão tomada numa altura surpreendente, num período que é de férias para grande parte dos autarcas e que, assim, acontece nas suas costas. Tendo em conta que é uma resolução que envolve duas empresas estratégicas para a Área Metropolitana do Porto, trata-se de uma conclusão e de uma forma de agir desrespeitosas e desleais por parte do Governo", afirmou o autarca durante a manhã.
Horas mais tarde informou ter solicitado ao Conselho Metropolitano do Porto (CmP) o agendamento de uma reunião de emergência para discutir a concessão da Metro do Porto e da STCP.
Contactada pela Lusa, fonte da Metro do Porto e da STCP disse que as duas empresas não iriam comentar as notícias relativas à subconcessão.
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