Desfecho da subconcessão da STCP e Metro do Porto não surpreende conselho metropolitano
Porto Canal com Lusa
Redação, 15 ago (Lusa) -- O presidente do Conselho Metropolitano do Porto (CMP) afirmou hoje não estranhar o desfecho da subconcessão da Metro do Porto e da STCP, desejando agora que o processo com o novo concurso público seja "naturalmente diferente e melhor".
"Não é para mim uma grande surpresa este desfecho. Por diversas vezes expressei a minha preocupação relativamente ao processo, procurando sempre, em primeiro lugar, salvaguardar a qualidade do serviço público prestado" pelas duas empresas de transporte público a operar na Área Metropolitana do Porto (AMP), afirmou à Lusa Hermínio Loureiro (PSD).
O Ministério da Economia confirmou na sexta-feira à Lusa que o consórcio espanhol TMB/Moventis não entregou a garantia bancária necessária para assumir a operação da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), o que faz cair a subconcessão por 10 anos daquela empresa e a da Metro do Porto, adiantando que o concurso será relançado "a curto prazo", preferencialmente ainda este mês.
Para o também autarca de Oliveira de Azeméis, o que interessa agora é que "não se meta política nestas opções e que se possa rapidamente ultrapassar e resolver o problema".
"Acho que as empresas, até com o processo de aprendizagem que tiveram nesta fase, terão agora outras condições e mais facilidade em lançar o concurso sem percalços. Julgo que rapidamente podem lançar os concursos e eles podem ter um desfecho que seja naturalmente diferente melhor do que aconteceu nesta fase", referiu.
Hermínio Loureiro adiantou à Lusa que o Governo já autorizou a administração da rodoviária STCP a contratar novos motoristas em "número desejável para que a normalidade regresse" à empresa.
"Apraz-me registar que o Governo já tenha dado condições objetivas para que STCP possa proceder à contratação de motoristas, que efetivamente era uma lacuna e uma falha reconhecida por todos", sublinhou o autarca.
Sindicatos representativos dos trabalhadores da STCP, bem como a própria Comissão de Trabalhadores da empresa, alertavam há meses para o défice de 140 motoristas na operação, referindo que com o atual efetivo apenas é possível assegurar parte dos serviços diários.
"Ninguém sabe quando ou como o concessionário assume a empresa e os problemas multiplicam-se. O clima de indefinição é tal que a empresa se encontra paralisada, sem tomar decisões estratégicas e, pior do que isso, está a delapidar o seu principal património: os clientes", sublinhou no início de julho uma estrutura sindical.
Segundo Hermínio Loureiro, "efetivamente havia um compasso de espera pelo desfecho da subconcessão [da STCP]", mas agora "não há mais tempo a perder" e são dadas "condições à empresa para avançar com esses procedimentos" de admissão de motoristas.
Para os autarcas da AMP, que detém 40% da Metro do Porto, "o maior foco" está "no serviço que é prestado às populações", destacou Loureiro, que classificou o serviço prestado pela STCP e pela Metro do Porto como "fundamental e imprescindível".
"Queremos que a tranquilidade e a normalidade regressem o mais rapidamente possível", disse, reafirmando esperar que a forma como este concurso público para a subconcessão das empresa doi lançados --no dia 08 de agosto de 2014 -- "sirva de exemplo e não se repita".
O autarca lembrou ainda que o CMP sempre defendeu o lançamento do concurso público para a subconcessão das duas empresas em separado, o que não aconteceu, e sujeito a uma prévia qualificação, o que também não se registou.
JAP (LIL) // ROC
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