Tsipras preparado para aceitar condições dos credores com algumas condições
Porto Canal
Alexis Tsipras está preparado para aceitar as condições dos credores tornadas públicas durante o fim de semana, com algumas alterações, de acordo com uma carta enviada pelo primeiro-ministro grego na terça-feira à noite e divulgada pela agência Bloomberg.
Actualizado 01-07-2015 11:42
A carta de duas páginas, enviada aos principais responsáveis da Comissão Europeia (CE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) apresenta algumas propostas de alterações e “clarificações”.
Segundo Alexis Tsipras, o governo grego aceitará a proposta em troca de uma extensão do programa de resgate que expirou na terça-feira e de um novo empréstimo que foi solicitado também na terça-feira à noite.
A carta refere explicitamente que o governo está preparado para aceitar a proposta divulgada pela Comissão Europeia no dia 28 de junho, sujeita a algumas condições e melhoramentos que “respeitam integralmente a robustez e credibilidade do programa global”.
Em troca, Tsipras pede uma extensão do resgate do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, que terminou na terça-feira, e um novo empréstimo do Mecanismo Europeu de Estabilidade, que foi pedido no mesmo dia.
Tsipras aceita as novas taxas do IVA, mas propõe manter 30% de desconto nas ilhas, sugere reduzir as despesas militares em 200 milhões até 2016 e 400 milhões em 2017, acabar com a diferenciação fiscal para agricultores até ao fim de 2017 e aumentar gradualmente os pagamentos por conta para os empresários individuais.
Propõe igualmente nova legislação laboral para o outono de 2015, reforma do sistema de pensões, incluindo o fator de sustentabilidade, até à implementação de nova legislação, em outubro de 2015, e um “ambicioso pacote de reformas” que incluiu o setor do turismo, bebidas e produtos petrolíferos, abertura de atividades até agora restritas como notários e oficiais de justiça e liberalização dos ginásios, seguindo as recomendações da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).
A carta não faz qualquer referência à consulta popular às propostas dos credores convocada para o dia 05 de julho.