Combustíveis simples trouxeram um ganho de apenas 1 cêntimo
Porto Canal (JYL)
O Governo calculou que a generalização dos chamados 'low cost' trouxesse poupança de pelo menos três cêntimos por litro, mas a DECO assegura que uma amostra em mais de 80 postos revela um benefício menor para o consumidor.
"A poupança consequente do acesso generalizado dos consumidores ao combustível simples será de três cêntimos por litro", afirmou Jorge Moreira da Silva, ministro do Ambiente e da Energia, no primeiro dia da implementação dos combustíveis 'low cost' em todas as gasolineiras (17 de Abril). Mas na prática, um estudo da DECO mostra que o ganho foi de apenas um cêntimo. "É lamentável", dizem revendedores.
Depois de as empresas avaliarem as estratégias concorrentes, o ministro, confiava que se pudesse ir mais longe nos benefícios para os consumidores. O especialista da DECO Proteste, Pedro Silva, considera que as petrolíferas implementaram uma política sobre os combustíveis simples que foi precisamente o contrário das expectativas do governo.
"Antes de a nova lei entrar em vigor, a diferença entre o preço do combustível aditivado que as principais marcas vendiam e o simples, comercializado pelas marcas 'low cost', normalmente associadas aos hipermercados, era de 10 cêntimos. No dia 4 de maio, primeiro dia em que era obrigatória a identificação e rotulagem dos combustíveis, visitámos 81 postos das principais marcas, de norte a sul do país. Concluímos que a diferença entre o aditivado e o simples caiu para nove cêntimos", diz Pedro Silva. Em suma, a nova lei que obriga todos os postos de combustível simples trouxe um benefício de apenas um cêntimo por litro.
"Findo um mês após a aplicação da lei, e pelo que pudemos observar durante este período, somos infelizmente obrigados a manter a posição de há um mês. Não se cumpriu o propósito essencial para o qual foi criada a lei: dotar os postos da rede tradicional com um combustível simples (sem aditivos), que pudesse ser disponibilizado ao cliente final, a preços substancialmente mais baixos. Desta forma, o bolso das famílias seria beneficiado e haveria uma concorrência mais leal entre todos os 'players' do mercado", lamenta o vice-presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis, Francisco Albuquerque.