Presidente da ANA diz que greve da TAP pode afectar competitividade do destino turístico
Porto Canal / Agências
Lisboa, 29 abr (Lusa) -- O presidente da ANA considerou hoje que a greve dos pilotos da TAP pode afetar a competitividade de Portugal enquanto destino, adiantando que a gestora aeroportuária está a preparar resposta aos passageiros que ficam em terra.
"Preocupamo-nos com a competitividade do destino. É evidente que se as pessoas se habituarem que cada vez que vêm a Lisboa ficam retidos" vai afetar, afirmou Ponce Leão, à margem de uma conferência sobre 'Infraestruturas Aeroportuárias: Competitividade e Desafios', organizado pela revista Vida Económica.
Em relação às consequências para gestora aeroportuária, o presidente do Conselho de Administração da ANA desvalorizou o impacto, adiantando que os passageiros acabam por voar, alterando a data da reserva ou a companhia aérea.
"Se tivermos menos passageiros e menos voos, temos menos taxas, mas neste caso há uma transferência. Tenho o exemplo da minha neta, que ia viajar a 09 e mudou o voo para dia 11. Pode haver também transferência para outras companhias", acrescentou.
Em declarações aos jornalistas, Ponce Leão adiantou que os aeroportos se estão a preparar para responder aos passageiros que ficam retidos nos aeroportos, sem voo de ligação ao destino, nomeadamente fornecendo uma lista de locais onde podem pernoitar.
"Hoje ainda tenho uma reunião no aeroporto para decidir o que acontece às pessoas que não conseguem ligação e ficam a dormir no aeroporto", acrescentou.
Cerca de 3.000 voos e 300 mil passageiros poderão ser afetados pela greve de dez dias dos pilotos da TAP, que se inicia na sexta-feira, para defender os direitos da classe, caso a adesão ao protesto seja elevada.
Segundo fonte oficial da TAP, os passageiros com viagem nos voos incluídos nos serviços mínimos, cuja lista está publicada na página da TAP, devem reconfirmar a reserva junto da TAP ou da agência de viagens.
Já os passageiros com reserva para voos que não se vão realizar podem pedir alteração de data para fora do período da greve ou pedir a emissão de um 'voucher' com o valor pago, que pode ser utilizado no período de um ano.
Os pilotos da TAP marcaram uma greve, entre 01 e 10 de maio, por considerarem que o Governo não está a cumprir o acordo assinado em dezembro de 2014, nem um outro, estabelecido em 1999, que lhes dava direito a uma participação no capital da empresa no âmbito da privatização.
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