Sindicalistas e trabalhadores da PT concentrados em Picoas a minutos da assembleia-geral
Porto Canal / Agências
Lisboa, 22 jan (Lusa) - A poucos minutos do início da assembleia-geral de acionistas da PT SGPS, vários dirigentes sindicais e representantes da Comissão de Trabalhadores estão concentrados à porta da sede preocupados com a venda da PT Portugal e os direitos dos trabalhadores.
Os acionistas da PT SGPS retomam hoje a reunião magna para decidir a venda da PT Portugal, atualmente nas mãos da brasileira Oi, à Altice, depois da assembleia-geral de 12 de janeiro ter sido suspensa para a divulgação de mais informação, nomeadamente pareceres jurídicos sobre a fusão com a operadora brasileira.
Vários cartazes representado os trabalhadores dos vários pontos do país onde a PT está presente, enfeitam a entrada da sede da PT SGPS, no Forum Picoas, onde decorrerá a assembleia-geral, com dizeres como "Trás-os-Montes - PT não é para vender", "Minho - PT, volta ao início, sem fusão com a Oi" ou "Centro - PT desfaz o casamento com a Oi".
Os cartazes dão voz às pretensões do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV), cujos representantes estão concentrados junto às instalações da PT, distribuindo uma nota ao público, acionistas e administração da PT SGSP onde apelam "ao sentido patriótico" e à não aprovação da venda da PT Portugal.
"O SINTTAV espera que com o vosso sentido patriótico, consigam colocar acima de tudo, os interesses da PT, que também são os vossos, dos trabalhadores que são parte indissociável da empresa e do país que precisa de uma PT Portugal plenamente capaz de assumir as suas responsabilidades", lê-se na nota.
Também no local estão os representantes da Comissão de Trabalhadores da PT a distribuir uma outra mensagem onde exigem "com particular veemência um acordo social entre o Governo, os donos da PT Portugal e a CT".
"Esperamos que seja encontrado um rumo para a PT Portugal e que esta empresa saia de uma morte lenta", disse o presidente da Comissão de Trabalhadores, Francisco Gonçalves, à Lusa.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo PT, Jorge Félix, também já chegou ao local e entregou à comunicação social o requerimento que vai apresentar na reunião magna onde pede a suspensão da sessão de hoje.
Vimos propor "que seja deliberada a suspensão da sessão da assembleia-geral devendo a mesma ter continuação no prazo de 90 dias", lê-se no requerimento.
Sindicalistas e comissão de trabalhadores estão preocupados com o futuro da PT Portugal, o seu projeto, os direitos dos trabalhadores e os postos de trabalho, entre outras questões.
Nestes 10 dias que separaram as duas assembleias-gerais, muita informação foi divulgada pela administração da PT SGPS, entre ela os pareceres jurídicos sobre a fusão com a Oi, alguns deles considerando que a operadora brasileira não pode vender o "ativo PT" à luz dos contratos existentes e sugerindo a realização de uma nova reunião para eventual alteração dos contratos realizados.
Dias atribulados que culminaram com a Oi a anunciar que vai avançar com um processo judicial contra o ex-presidente da PT SGPS Henrique Granadeiro por prestar informação falsa ao regulador e aos acionistas, com Menezes Cordeiro a querer a reversão da fusão e o ministro da Economia, António Pires de Lima, a defender que a empresa "merece ter acionistas que a valorizem e lhe deem estabilidade quanto antes".
Os acionistas deverão aprovar hoje a venda da PT Portugal à Altice.
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