Autoridade islâmica egípcia critica nova caricatura do profeta
Porto Canal / Agências
Cairo, 13 jan (Lusa) -- A instância que representa o Islão junto do Estado egípcio, a Dar al-Ifta, criticou hoje como "uma provocação" a publicação de mais uma caricatura do profeta Maomé na próxima edição do jornal satírico Charlie Hebdo.
"Esta ação é uma provocação injustificada contra os sentimentos de 1,5 mil milhões de muçulmanos", afirmou a autoridade num comunicado citado pela agência France Presse.
"Esta edição vai provocar uma nova vaga de ódio nas sociedades francesa e ocidental. O que o jornal está a fazer não serve a coexistência e o diálogo cultural a que os muçulmanos aspiram", acrescentou.
A Dar al-Ifta é liderada pelo grande 'mufti' Shawki Ibrahim Abdel-Karim Allam, a quem o governo do Egito reconhece autoridade para aplicar e interpretar a lei islâmica.
Um conselheiro da instituição, Ibrahim Negm, disse à agência que a Dar al-Ifta condenou o ataque ao Charlie Hebdo, na semana passada, e apelou "a todos os muçulmanos que não participem em atos de violência".
"Denunciamos a violência e respeitamos a liberdade de opinião. Mas a outra parte tem de perceber que amamos o profeta Maomé", disse.
O primeiro número do Charlie Hebdo depois do ataque da semana passada, a publicar na quarta-feira, tem na capa uma caricatura de Maomé, de lágrima no olho, segurando uma folha com a frase 'Je suis Charlie', igual às utilizadas por milhões de pessoas que se manifestaram no domingo em Paris em defesa da liberdade de expressão. O desenho tem como título "Tudo está perdoado".
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