Ferro Rodrigues afirma que o PS vai distinguir sentimentos e a sua acção política face à situação de Sócrates

Ferro Rodrigues afirma que o PS vai distinguir sentimentos e a sua acção política face à situação de Sócrates
| Política
Porto Canal

O líder parlamentar socialista defendeu hoje uma separação entre sentimentos face à circunstância do ex-primeiro-ministro José Sócrates estar em prisão preventiva, e uma ação política partidária, alegando que o PS tem uma elevada responsabilidade perante o país.

Ferro Rodrigues falava na Assembleia da República, depois de os jornalistas o terem confrontado com a prisão preventiva imposta na segunda-feira à noite a José Sócrates, por suspeita de crimes de corrupção, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.

Numa declaração sem direito a perguntas por parte dos jornalistas, o líder da bancada socialista sustentou que se mantém "a atualidade da mensagem do secretário-geral do PS, António Costa, de sábado passado, que foi dirigida aos militantes, mas também ao país".

"António Costa pediu que se distinguissem os sentimentos normais de amizade pessoal que existem com o engenheiro José Sócrates da necessidade de o PS continuar a desenvolver as suas políticas de oposição e de alternativa a este Governo. É isso mesmo que hoje se passará [na Assembleia da República] e é isso mesmo que se passará no Congresso do PS deste [próximo] fim de semana", declarou.

Justificando esta necessária atitude de distinção entre sentimentos e política, separando-se ao mesmo tempo Justiça e política, o presidente do Grupo Parlamentar do PS alegou que "as responsabilidades do PS perante o país e em relação ao seu futuro são enormes".

"E nós pensamos honrá-las completamente", vincou.

Ferro Rodrigues deixou depois uma mensagem de caráter pessoal dirigida à família do ex-primeiro-ministro, que foi também secretário-geral do PS entre 2004 e 2011.

"Do ponto de vista pessoal, em termos afetuosos, quero enviar um abraço à família de José Sócrates e, nomeadamente, aos seus dois filhos", afirmou.

O ex-primeiro-ministro José Sócrates tornou-se o primeiro ex-líder de Governo da história da democracia portuguesa a ficar em prisão preventiva, indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção.

Depois de ter sido detido na sexta-feira à noite, no aeroporto de Lisboa, quando regressava de Paris, José Sócrates começou a ser interrogado no domingo, após os depoismentos dos seus três co-arguidos no processo.

O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) decretou segunda-feira à noite a prisão preventiva do ex-primeiro ministro José Sócrates, do seu motorista, João Perna, e do empresário Carlos Santos Silva por suspeitas de crime económicos.

Ao advogado Gonçalo Trindade Ferreira, o quarto detido nesta investigação, o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal Carlos Alexandre determinou a proibição de contactos com os restantes arguidos, de se ausentar para o estrangeiro, com a obrigação de entregar o passaporte e de se apresentar duas vezes por semana ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

José Sócrates, detido na sexta-feira, está indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção e o motorista João Perna por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e detenção de arma proibida.

O empresário Carlos Santos Silva, ex-administrador do Grupo Lena, está indiciado por fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, enquanto o advogado Gonçalo Ferreira é suspeito de ter cometido os crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.

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