Lisboa, 13 nov (Lusa) -- A circulação de comboios na Estação de Santa Apolónia, em Lisboa, que teve hoje perturbações devido a uma manifestação ficou normalizada pelas 16:00, verificou a Lusa no local.

Cerca de 150 trabalhadores da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) concentraram-se hoje à porta da estação de comboios, tendo depois decidido interromper a circulação ferroviária, disse à Lusa, no local, Arlindo Costa, da comissão de trabalhadores da empresa.

De acordo com a mesma fonte, o corte da linha durou entre as 15:20 e as 16:00, o que atrasou em cerca de meia hora a partida de um Alfa Pendular em direção ao Norte.

Os trabalhadores reuniram-se em Santa Apolónia em "protesto contra a privatização da empresa, que está prevista no Orçamento do Estado para 2015 e que vai provocar despedimentos a nível nacional", afirmou Arlindo Costa.

A circulação de comboios também esteve hoje interrompida na Linha do Norte, junto ao Entroncamento, devido a uma concentração de trabalhadores ferroviários.

A interrupção da circulação aconteceu próximo das instalações da EMEF, onde decorreu durante a manhã um plenário de trabalhadores.

João Azevedo, do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Ferroviário, presente no local, disse à agência Lusa que cerca de 150 trabalhadores se concentraram junto à linha depois do plenário, tendo a circulação de comboios sido interrompida durante cerca de uma hora.

Já no Porto, trabalhadores da EMEF concentraram-se junto à estação do Metro do Porto Nau Vitória.

"As oficinas da EMEF são um setor público essencial para a segurança, manutenção do equipamento e estão postas em causa agora" com a sua privatização prevista no Orçamento do Estado para 2015, disse à Lusa Paulo Milheiro, do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Ferroviário.

O sindicalista adiantou ainda que está já prevista a realização de uma marcha em frente à sede da EMEF, na Amadora, para o dia 04 de dezembro.

"Esta marcha, em que os trabalhadores lembrarão os 10 anos do encerramento da Sorefame, que fazia a reparação e a construção de material ferroviário, terá como objetivo tentar travar a ideia de privatizar a EMEF", referiu.

Os protestos de hoje no setor ferroviário realizaram-se no âmbito do "Dia Nacional de Indignação, Ação e Luta", convocado pela CGTP, pela defesa do emprego, do trabalho com direitos, de aumentos salariais e do Estado social.

Por todo o país realizam-se ações de luta, que vão desde greves totais ou parciais a concentrações.

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