Oposição ataca primeiro-ministro por manter em funções Nuno Crato

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 23 out (Lusa) - A oposição criticou hoje o primeiro-ministro por manter em funções o ministro da Educação, mesmo depois de Nuno Crato ter colocado o seu lugar à disposição na sequência dos atrasos registados no arranque do ano letivo.

O tema relativo ao processo de colocação de professores foi levado a plenário da Assembleia da República pelo deputado socialista Acácio Pinto, numa intervenção em que advogou que Nuno Crato "já assegurou um lugar na História como o ministro que desferiu os maiores golpes contra o serviço público de educação em Portugal".

O PS, depois de ter insistido na necessidade de demissão do ministro da educação, lançou agora um ataque ao líder do executivo por o ter mantido em funções no Governo.

"Para descontentamento do vice-primeiro-ministro [Paulo Portas], ficámos a saber que o primeiro-ministro, ao elogiar Nuno Crato e ao dizer que acertou na sua escolha, transmitiu aos portugueses que errar, e voltar a errar, é o melhor critério para a escolha de um ministro da Educação", referiu Acácio Pinto.

Na mesma lógica, o deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda apontou que Pedro Passos Coelho "tomou as dores de Nuno Crato, foi para além de um voto de confiança e colocou-o num pedestal".

"Mas o Ministério da Educação não tem quem o defenda, nem aqui no parlamento", sustentou Luís Fazenda, dirigindo-se às bancadas do PSD e do CDS.

O deputado do Partido Ecologista "Os Verdes" José Luís Ferreira considerou que "o inacreditável aconteceu quando o primeiro-ministro disse aos portugueses que o seu ministro da Educação colocou o lugar à disposição, mas que não aceitou tal pedido".

Pela parte do PCP, a deputada Rita Rato congratulou-se por o PS, "embora tarde, surja agora a defender a demissão do Governo e a realização de eleições antecipadas".

"Mas o PCP defende eleições antecipadas para que haja uma mudança de políticas e não para que tudo fique na mesma. Muitas das políticas que criaram os atuais problemas na educação tiveram origem em governos do PS e foram agora aprofundadas pelo atual Governo", criticou.

Sem se referir ao primeiro-ministro ou ao ministro da Educação, o deputado do CDS Michael Seufert comparou os executivos socialistas com o atual executivo PSD/CDS ao nível de resultados no setor da educação.

"Este Governo vinculou 2600 professores em três anos. Quantos professores foram vinculados pelo PS em seis anos de governos? Em que ano os governos do PS pagaram tantas bolsas no Ensino Superior como em 2013?", questionou o deputado do CDS, antes de atacar a atual direção socialista.

"Os senhores estão na fase de puxar da pistola, porque já só pensam nas eleições", declarou, para logo depois o deputado social-democrata Amadeu Albergaria defender a tese de que "não se pode tomar a parte pelo todo" quando se analisa o que aconteceu na abertura do ano letivo.

"Tivemos um problema [no processo de colocação de professores], mas não levámos o país à bancarrota, como aconteceu com o PS. Este novo PS tem zero propostas para a área da educação", acrescentou o deputado do PSD.

PMF // SMA

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