ONU considera caso dos 43 estudantes de Iguala "desaparecimento forçado"

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Porto Canal / Agências

México, 21 out (Lusa) -- O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos considera "desaparecimento forçado" o caso dos 43 estudantes de Iguala, no estado mexicano de Guerrero, segundo o representante adjunto naquele país, Jesús Peña Palacios.

Iguala, cidade de 140 mil habitantes do estado de Guerrero, localizada a 200 quilómetros da capital mexicana, foi palco na noite de 26 de setembro de violentos confrontos entre estudantes -- inicialmente cerca de cem, provenientes de diversas zonas que se terão concentrado para recolher fundos para os estudos e protestar contra o estado do ensino -- e a polícia municipal, aparentemente aliada a um grupo criminoso.

Os estudantes da escola de Ayotzinapa, conhecida por ser um bastião de contestação, apoderaram-se de três autocarros de transportes públicos para regressarem à sua localidade, antes de serem atacados com armas de fogo, num incidente que fez seis mortos e 25 feridos.

De seguida, inúmeros estudantes foram vistos a serem conduzidos à força para o interior de viaturas da polícia e depois levados para destino desconhecido, dos quais 43, com idades compreendidas entre os 17 e os 21 anos, continuam desaparecidos.

Depois de reunir-se com a comissão parlamentar que investiga o caso, Peña Palacios pediu às autoridades do país que agilizem a investigação do desaparecimento dos 43 jovens e pediu que que os responsáveis sejam punidos e reparado o dano às vítimas, informou a Câmara de Deputados mexicana em comunicado.

"Esperamos que logo que possível as autoridades possam esclarecer, investigar adequadamente, punir os responsáveis e indemnizar as vítimas", afirmou o representante do organismo internacional.

Peña Palacios explicou à imprensa algumas medidas legislativas que poderiam ser aplicadas no México para garantir que não se repitam os casos, como a criação de uma lei geral e integral sobre o desaparecimento forçado de pessoas e um plano de busca.

Segundo o funcionário, o homicídio de pessoas em Iguala, os ferimentos causados Noutras, e o desaparecimento forçado de 43 jovens representam uma grave violação dos direitos humanos, bem como um desafio para as autoridades investigarem e encontrarem os responsáveis.

"Nós vamos apenas incentivar as autoridades a que usem todos os recursos disponíveis para um esclarecimento rápido dos acontecimentos", disse.

Peña Palacios esteve reunido durante duas horas com os deputados que integram a Comissão Especial para dar Seguimento às Investigações Relacionadas com os Acontecimentos em Iguala.

Na sequência do incidente, foram detidas 53 pessoas, incluindo 36 polícias municipais de Iguala e Cocula, e 17 membros do grupo criminoso Guerreros Unidos.

Além disso, as autoridades desarmaram os polícias de outros 12 municípios em Guerrero e outro no Estado do México.

Os "Gerreros Unidos" são um grupo criminoso, criado em 2011 após uma cisão do cartel dos irmãos Beltran Leyva, que disputam com os "Los Rojos" o controlo de várias cidades dos estados de Guerrero e Morelos para o tráfico de droga e outros crimes, como sequestro e extorsão.

FV (DM)// FV.

Lusa/fim

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