UGT diz que Governo propõe mais do mesmo
Porto Canal / Agências
Lisboa, 15 out (Lusa) -- A proposta de Orçamento do Estado para 2015 hoje apresentada pelo Governo é encarada pela UGT como "mais do mesmo", ou seja, "penaliza os trabalhadores", os pensionistas e as famílias, que continuarão sem poder de compra.
"Continuamos com austeridade, continuamos a castigar em termos fiscais as famílias portuguesas, independentemente de num ou outro caso -- de famílias mais numerosas -- esse esforço poder ser mitigado", disse à agência Lusa o secretário-geral adjunto da União Geral de Trabalhadores (UGT), Nobre dos Santos, sublinhando "os impactos que este orçamento vai ter no poder de compra das famílias".
A UGT antevê que os portugueses continuarão "com o poder de compra depauperado" e não acredita em promessas de eventuais devoluções em função do crescimento da receita fiscal.
"É evidente que há aqui falácias, porque dizer-se às pessoas que, se houver cobrança de impostos, se houver condições favoráveis, poderá deduzir-se alguma coisa em IRS, em 2016, são promessas que não têm sustentação", criticou.
O dirigente sindical lembrou que no próximo ano há eleições legislativas e que a partir de outubro ou novembro entrará em funções outro Governo.
"O Governo não pode responsabilizar-se, nem pode tentar impor ao próximo Governo determinado tipo de medidas", alegou.
Nobre dos Santos disse ainda que a situação nas administrações públicas é de grande carência e que após o fim do programa de ajustamento financeiro não deveriam permanecer congeladas as progressões nas carreiras e os salários.
"Já podíamos ter um orçamento diferente, como foi promessa do Governo", lamentou.
A ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, entregou hoje, na Assembleia da República, a proposta de Orçamento do Estado para 2015, o último da presente legislatura.
A proposta do Governo estima que o défice orçamental para o próximo ano seja de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) ou seja 0,2 pontos percentuais acima do acordado com a 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).
No documento prevê-se um crescimento económico de 1,5% e uma taxa de desemprego de 13,4%.
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