PS prepara-se para votar contra o Orçamento de Estado para 2015

PS prepara-se para votar contra o Orçamento de Estado para 2015
| Política
Porto Canal

O líder parlamentar do PS considerou hoje que a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2015 é de continuidade face às anteriores e de "esgotamento do país", pelo que os socialistas dificilmente deixarão de votar contra.

Ferro Rodrigues falava na Assembleia da República, no final de uma reunião com os ministros das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, destinada à apresentação das linhas gerais da proposta orçamental do Governo.

Questionado se o PS se inclina para votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2015, Ferro Rodrigues respondeu: "Parece-me que muito dificilmente acontecerá o contrário".

No final da reunião com os ministros das Finanças e dos Assuntos Parlamentares, em que esteve acompanhado pelos dirigentes socialistas Vieira da Silva e Eduardo Cabrita, o presidente do Grupo Parlamentar do PS considerou que a proposta de Orçamento "continua a ser de esgotamento do país, próprio de um Governo esgotado, e de continuidade".

"Mesmo que o défice de 2,7 por cento apontado pelo Governo para 2015 - e que só saberá no final do ano se foi ou não atingido, possivelmente com outro executivo -, tal corresponde a uma diminuição muito forte, certamente com peso do lado dos cortes na despesa, do Estado social, e do lado fiscal. Verifica-se que todas as expetativas que foram criadas pelo [presidente do CDS e vice-primeiro-ministro] Paulo Portas no sentido de diminuições de impostos não se concretizam", apontou o ex-secretário-geral do PS, numa alusão à não descida imediata da sobretaxa de IRS.

Confrontado com o anúncio do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, de que o défice passará em 2015 dos 2,5 (previstos no Documento de Estratégia Orçamental) para 2,7 por cento, Ferro Rodrigues defendeu que o Governo "não tinha outro remédio".

Ou seja, segundo o líder parlamentar socialista, se a meta do défice se conservasse nos 2,5 por cento, "seriam necessários ainda mais cortes na despesa do que os que o Governo vai fazer, ou o Governo teria de aumentar mais ainda os impostos".

"Mesmo assim, [a meta de 2,7 por cento do défice], representa um esforço que vai recair uma vez mais sobre os portugueses - um esforço que será extremamente duro", sustentou no final de uma reunião que durou cerca de 40 minutos.

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