Bruxelas pede entendimentos políticos alargados para crescimento
Porto Canal
A Comissão Europeia pede entendimentos políticos alargados em Portugal, defendendo que o país precisa urgentemente de uma estratégia de médio prazo para o crescimento sustentável da economia, segundo um relatório a que a agência Lusa teve acesso.
“O país precisa urgentemente de uma estratégia credível e de médio prazo para o crescimento sustentável, baseada num entendimento político alargado”, refere um relatório de Bruxelas sobre o Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) a que a Lusa teve acesso e que será divulgado hoje.
Para a Comissão, a implementação dessa estratégia poderia trazer mais dinamismo à economia, mas também “facilitar o ajustamento económico, apoiar a consolidação orçamental, acelerar a desalavancagem da banca e reduzir os altos níveis de desemprego e pobreza” do país.
A Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia, responsável pelo relatório, considera que a implementação do PAEF “criou as bases para o regresso de Portugal a um caminho de crescimento sustentável e da criação de emprego”.
No entanto, refere, “a economia permanece vulnerável a eventuais choques negativos no futuro e são necessários mais esforços para consolidar as finanças públicas, salvaguardar a estabilidade financeira e melhorar a competitividade, flexibilidade e resiliência da economia”.
Para isso, defende a Comissão, “uma obtenção rápida dos compromissos orçamentais das reformas estruturais pendentes vão cruciais para colher a totalidade dos benefícios das medidas já em curso”.
Bruxelas admite que algumas dessas reformas começam a dar frutos, mas alerta que “ainda há que fazer numa série de áreas-chave”, como no mercado laboral (com os impactos do aumento do salário mínimo ainda por avaliar), na energia (onde são pedidas mais medidas para eliminar completamente a dívida tarifária até 2020) e nos transportes (onde as reformas decorrem a “um ritmo lento”).