Governo diz que revisão do plano de combate à vespa asiática ficou pronta terça-feira
Porto Canal / Agências
Viana do Castelo, 08 out (Lusa) - O Governo anunciou hoje à Lusa que ficou concluída na terça-feira a revisão do plano de combate à vespa asiática implementado em 2013, alvo de críticas face à indefinição sobre quem tem competência para travar esta praga.
"A reestruturação do plano foi concluída na terça-feira e está em divulgação, cabendo ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e à Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) a sua coordenação", adiantou à Lusa o secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agro-Alimentar.
A garantia avançada por Nuno Brito surge na sequência posição assumida hoje pela Câmara de Viana do Castelo, que responsabilizou o Ministério da Agricultura e do Mar pela evacuação numa escola do concelho devido à queda, no seu interior, de um ninho de vespa asiática, que causou ferimentos numa criança.
"Este incidente deveu-se exclusivamente à incapacidade do Ministério da Agricultura de resolver um problema que foi sinalizado há quase dois anos e para o qual o Ministério da Agricultura andou a assobiar para o ar", lê-se em comunicado autárquico enviado à agência Lusa.
Nuno Brito adiantou que a revisão agora concluída contou com a "participação de muitas câmaras municipais" e assenta, "fundamentalmente, na monitorização e destruição dos ninhos com o mesmo método previsto no plano publicado em março de 2013".
"A vigilância passiva é obrigação de todos, autarquias, Governo, cidadãos e apicultores. A destruição passa, a pedido das próprias autarquias, pela intervenção da proteção civil municipal (...) É assim que em sido feitos noutros concelhos e tem tido bons resultados no sentido da redução desta praga", sustentou.
Segundo números divulgados hoje pelos Bombeiros Municipais de Viana, já foram registados, nos últimos dois anos, 619 ninhos de vespa asiática, dos quais 400 já destruídos, sendo "o concelho do país com maior número de casos desta praga".
Nuno Brito adiantou que caberá aos serviços de proteção civil municipal "escolher a melhor forma" de proceder à destruição dos ninhos".
"Algumas Câmaras alocaram equipas próprias, como é o caso de Vila Verde, ou os próprios bombeiros criaram equipas específicas nesse sentido, como Ponte de Lima e Barcelos", apontou.
Quanto ao método de destruição defendeu como o mais "adequado" a utilização do fogo, uma vez que "houve outros meios que não resultaram e até disseminaram a própria praga".
Explicou que a restruturação agora concluída deveu-se à necessidade de garantir a "segurança e saúde públicas", já que o plano "publicado em março de 2013, altura em que surgiram os primeiros focos precisamente em Viana do Castelo", estava "mais ligado ao combate à vespa asiática e aos seus efeitos na apicultura".
"Reformulamos agora naquilo que é a abordagem à segurança e saúde públicas no sentido de haver proteção para os cidadãos nos espaços urbanos. Essa área da proteção do cidadão e essa reestruturação do plano foi feita e tem sido feita em reuniões dos ministérios da Agricultura e do Mar e do Ambiente, através do ICNF, com as Câmaras Municipais", acrescenta.
"O entendimento entre o Ministério da Agricultura e do Mar e a Câmara de Viana do Castelo tem sido estreito, temos estado sempre em diálogo (...) Gostaria que continuássemos a trabalhar juntos no sentido de combater esta praga, que isso sim é o objetivo principal do plano", afirmou.
Nuno Brito adiantou que a praga desta espécie invasora "é um problema de segurança dos cidadãos não havendo, no entanto, nenhum risco para a saúde pública".
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