Acordo para aumentar salário mínimo é "tardio e insuficiente" - CGTP

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 24 set (Lusa) - A CGTP considerou hoje que o acordo para aumentar o salário mínimo "é tardio e insuficiente" e lamentou que o Governo não tenha contactado a central sindical desde a última reunião do grupo de trabalho.

O acordo para o aumento do salário mínimo nacional para 505 euros, que vai entrar em vigor a 01 de outubro, foi fechado esta tarde entre as confederações patronais, o Governo e a UGT, tendo a Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses (CGTP) ficado de fora.

Arménio Carlos, líder da CGTP, disse, em declarações à agência Lusa, que "os trabalhadores perderam 780 euros" desde janeiro de 2011, data em que o salário mínimo deveria ter sido atualizado para os 500 euros segundo o acordo de concertação social de 2006.

"Quando se fala num acréscimo de cinco euros face aos 500 para durar até 2015, isto não é bom para os trabalhadores nem é bom para a economia", afirmou o sindicalista, criticando as confederações patronais.

"Os patrões usaram isto [o aumento do salário mínimo] como moeda de troca para colocarem a Segurança Social a financiá-los até ao fim de 2015 num valor de 27 milhões de euros. É uma situação insustentável", apontou Arménio Carlos.

Sublinhando que "foi a CGTP que determinou o avanço deste processo", o dirigente da central sindical afirmou que, "depois da última reunião do grupo de trabalho [que discutiu o aumento do salário mínimo nacional], a 17 de setembro, ficou acertado que havia uma reunião a 30 de setembro e que na semana seguinte haveria contactos bilaterais entre o Governo e os parceiros sociais".

"Mas, curiosamente, até hoje não fomos contactados para nenhuma reunião", rematou Arménio Carlos, considerando que isto "diz muito da perspetiva comportamental do Governo no que respeita ao diálogo social" e que se tratou de um ato de "má-fé" por parte do Executivo.

O aumento do salário mínimo nacional para os 505 euros a partir de 01 de outubro foi acordado após vários encontros entre os parceiros sociais e o Governo, exceto a CGTP, realizados à margem da Concertação Social ao longo do mês de setembro.

Na primeira reunião de Concertação Social após o período de férias, no dia 9, as duas centrais sindicais lançaram o tema para a mesa de negociação, embora ele não fizesse parte da ordem de trabalho.

A CGTP reivindicou a fixação do SMN nos 515 euros com efeito retroativo a 1 de junho, um aumento para os 540 euros em janeiro de 2015 e um aumento gradual até chegar aos 560 euros em 2016. A UGT propôs um aumento para os 500 euros com efeito a 1 de julho e a fixação nos 510 euros em janeiro de 2015.

Há uma semana, a UGT propôs, num grupo de trabalho da concertação social, um salário mínimo nacional de 505 euros, para vigorar de outubro até ao final de 2015, abrindo mão de efeitos retroativos.

Atualmente o salário mínimo nacional é de 485 euros e está congelado desde 2011. Ao abrigo de um acordo de Concertação Social de 2006, esta remuneração deveria ter sido fixada nos 500 euros em 2011.

ND (RRA/JNM) // ATR

Lusa/fim

+ notícias: Política

Governo responde a Marcelo. "Não está em causa nenhum processo" para reparação do passado colonial

O Governo afirmou este sábado que “não esteve e não está em causa nenhum processo ou programa de ações específicas com o propósito” de reparação pelo passado colonial português e defendeu que se pautará “pela mesma linha” de executivos anteriores.

Passado colonial português. Chega vai apresentar na AR voto de condenação a Marcelo

O Chega vai apresentar na próxima semana, na Assembleia da República, um voto formal de condenação ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e às declarações que proferiu sobre a reparação devida pelo passado colonial português, anunciou o partido.

Ministro da Agricultura acusa anterior Governo de desperdiçar PRR e alerta contra “radicalismo verde”

O ministro da Agricultura acusou este domingo o anterior Governo de ter “desperdiçado a oportunidade” de usar a totalidade dos fundos do PRR à disposição de Portugal, e alertou para o que chamou de “radicalismo verde” contra os agricultores.