PAN do Porto contra abate de árvores rejeita metrobus "à custa do espaço verde"

PAN do Porto contra abate de árvores rejeita metrobus "à custa do espaço verde"
Foto: Porto Canal
| Porto
Porto Canal/Agências

A distrital do PAN no Porto manifestou-se esta sexta-feira contra o abate de árvores no primeiro trecho da segunda fase do metrobus na Avenida da Boavista, rejeitando a sua construção "à custa do espaço verde e mobilidade suave".

De acordo com um comunicado enviado à Lusa, "o PAN Porto opõe-se ao abate de árvores na Avenida da Boavista", criticando que, para dar lugar ao metrobus - "uma solução de transporte público que, em princípio, deveria representar um avanço em direção a uma cidade mais sustentável" - estão "a ser abatidas árvores e desmantelada a ciclovia existente".

"Não podemos aceitar que a sua concretização seja feita à custa do espaço verde e da mobilidade suave", vinca o partido, defendendo que, se "o Metrobus tem como objetivo declarado reduzir a dependência do automóvel", então "a sua faixa dedicada deve ser conquistada ao espaço automóvel e não ao espaço que já promove alternativas sustentáveis — as ciclovias e as árvores".

Para o PAN, que nas eleições autárquicas apoia o candidato independente e atual vice-presidente da autarquia Filipe Araújo (Fazer à Porto), "a solução lógica e justa seria retirar apenas uma das quatro faixas destinadas ao tráfego automóvel, libertando o espaço necessário para a faixa dedicada ao metrobus e para a ciclovia segregada", permitindo "preservar a ciclovia, manter as árvores e garantir o equilíbrio entre transporte público, mobilidade ativa e património ambiental".

"Não faz sentido sacrificar árvores e ciclovias bem projetadas quando o verdadeiro excesso está no número de faixas rodoviárias dedicadas ao automóvel", apelando "às entidades responsáveis para que revejam urgentemente este plano e assegurem que a implementação do metrobus cumpre os seus princípios fundadores".

As obras da segunda fase do metrobus do Porto (Boavista - Anémona) arrancaram no início desta semana, no segmento até ao liceu Garcia de Orta.

O abate de árvores do primeiro trecho da segunda fase do metrobus é conhecido desde o dia 27 de agosto, quando a Lusa noticiou que entre as avenidas Marechal Gomes da Costa e Antunes Guimarães, o saldo ia passar de 48 árvores - 16 a manter, 30 a abater (27 no canal central e 3 em passeios) e duas a transplantar - para 108 árvores no final: 16 mantidas, 87 novas (56 nos passeios e zonas de atravessamento da Boavista e 6 no passeio da Antunes Guimarães) e cinco transplantadas.

Entre a Antunes Guimarães e a Rua António Aroso, as 31 árvores atuais (todas a abater, 27 no canal central e quatro no passeio) passam a 94 no final da intervenção (92 novas árvores e duas transplantadas nos passeios), e dali à Avenida do Parque, das 21 existentes, seis mantêm-se, cinco são para abater (três no canal central e duas no passeio) e 10 a transplantar, ficando 33 árvores no fim da intervenção (seis mantidas, 26 novas nos passeios e zonas ajardinadas de atravessamento pedonal) e uma transplantada na mesma zona.

Em causa está a solução alternativa proposta pela Câmara do Porto para a segunda fase do metrobus que, no total, poupa o abate direto de 86 árvores, mas pode prejudicar o tempo de viagem anunciado de 17 minutos, segundo os dados da Metro do Porto facultados à Lusa.

Na solução inicialmente desenhada para a segunda fase do metrobus (da zona da Avenida Marechal Gomes da Costa até à Anémona), de um saldo inicial de 267 árvores, estas passavam para 305 no final, mas com a solução alternativa proposta pela Câmara do Porto, o saldo final subirá para 391 árvores.

Segundo a Metro do Porto, o projeto foi revisto após um pedido da Câmara do Porto em 1 de abril e, em 22 de maio, o candidato autárquico do PSD/CDS-PP/IL Pedro Duarte divulgou uma petição que pretendia, precisamente, manter a ciclovia central e evitar o abate de árvores, algo com o qual o atual presidente da Câmara, Rui Moreira, disse concordar.

A Metro do Porto salvaguarda que "apenas se considerou o abate dos exemplares que não apresentam viabilidade para transplante", sendo que a maioria "será de árvores existentes no canal central, cuja sombra, hoje, se projeta sobre as faixas bus e vias rodoviárias" (exceto no troço avenida do Parque–Castelo do Queijo), e "a maioria das novas plantações será realizada ao longo dos passeios", com sombras sobre os peões.

+ notícias: Porto

Incêndio em colégio no Porto já está extinto

O incêndio que deflagrou ao início da tarde de deste domingo no Colégio Flori, no Porto, "já está extinto" e em fase de rescaldo e ventilação, adiantaram ao Porto Canal as autoridades.

Last Folio: as duras memórias do Holocausto 

O Museu e Igreja da Misericórdia do Porto acolhem a exposição internacional LAST FOLIO acompanhada por um documentário, que mostra as memórias do Holocausto. A exposição do fotógrafo Yuri Dojc e da cineasta Katya Krausova, pode ser visitada até novembro.

Nova Linha do Metro do Porto avança. Veja aqui as primeiras imagens 

As obras da nova Linha do Metro do Porto, Linha Rosa (G), que assegurará a ligação entre São Bento e a Rotunda da Boavista já avançaram. Esta extensão terá 3 km e 4 estações subterrâneas (duas adjacentes às já existentes São Bento e Casa da Música).