Autarca da Régua enaltece avanço na obra de eletrificação da Linha do Douro
Porto Canal/Agências
O presidente da Câmara da Régua enalteceu esta segunda-feira o avanço na obra de eletrificação entre Marco de Canaveses – Régua, embora lamente o atraso “muito significativo” que se contabiliza na modernização deste troço da Linha do Douro.
Na terça-feira decorre na Estação do Peso da Régua a cerimónia de assinatura do auto de consignação da empreitada de eletrificação do troço Marco de Canaveses (distrito do Porto) e Régua (distrito de Vila Real), na Linha do Douro, que contará com a presença do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.
Para José Manuel Gonçalves, terça-feira é um dia “muito importante” para toda a região do Douro e os utentes daquela linha ferroviária.
A Infraestruturas de Portugal (IP) contratou por 110,7 milhões de euros o projeto de execução da eletrificação da Linha do Douro entre Marco e Régua, uma obra que tem um prazo de execução de 36 meses e que pode avançar a partir do auto de consignação.
A eletrificação da Linha do Douro está atualmente concluída até ao Marco de Canaveses.
José Manuel Gonçalves lamentou o atraso "muito significativo" nesta obra e que “irá para uma década”, referindo que, “no final do quadro comunitário anterior”, a linha deveria estar já eletrificada até à Régua e que o que se deveria estar agora a consignar era a ligação Régua – Pocinho.
“O Governo que esteve em funções durante estes anos, no quadro comunitário anterior, não conseguiu, no fundo, executar esta obra e, portanto, a região, evidentemente, tem aqui uma década de penalização”, salientou.
Agora, o autarca realçou o avanço, finalmente, do processo, destacando como prioridade que a “obra ande”, que decorra dentro dos prazos e que os expectáveis impactos negativos na mobilidade e no turismo possam ser mitigados.
O que se ambiciona, segundo o presidente, é que a modernização da linha ajude a criar condições para “fixar gente” na região, referindo que a deslocação para o Porto irá durar apenas uma hora e vinte minutos, o que poderá ser um fator de competitividade para este território.
De acordo com um contrato publicado no portal de contratação pública Base em janeiro, e assinado em novembro do ano passado, a IP contratou ao consórcio das empresas de construção civil Casais e Somafel a execução da empreitada.
A IP lançou o concurso público de 118 milhões de euros da eletrificação Marco - Régua em junho de 2023, e prorrogou os prazos de submissão de propostas várias vezes.
Em setembro de 2023, o antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, previa que a obra de eletrificação da Linha do Douro, entre Marco de Canaveses e Peso da Régua, se iniciasse ainda durante 2024 e ficasse concluída em 2027.
A intervenção prevê a eletrificação integral do troço, com cerca de 47 quilómetros, a instalação do sistema de retorno de corrente de tração, terras e proteções (RCT+TP) e a execução de trabalhos acessórios para garantir as condições de eletrificação, nomeadamente a adequação/modernização dos ‘layouts’ (disposição das linhas) das estações, com substituição de material de via.
Estão ainda previstas intervenções em seis túneis existentes no troço (Juncal, Riboura, Loureiro, Má Passada, Santinho e Régua) e trabalhos de estabilização de um total de 40 taludes existentes ao longo do troço.
Em curso estão também os estudos e projetos necessários à eletrificação e modernização das infraestruturas do subtroço Régua/Pocinho.
Em 2024 avançou também o contrato para a elaboração do estudo prévio e projeto de execução para a reabilitação e reabertura do troço Pocinho/Barca D’Alva.
A Linha Ferroviária do Douro atualmente liga o Porto ao Pocinho (171,522 quilómetros) e há vários anos que é defendida a eletrificação da via, bem como a reabertura do troço entre o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), desativado em 1988.
