Câmara de Gaia fez várias reuniões com consórcio antes de votar mudanças no TGV esta quinta-feira

Câmara de Gaia fez várias reuniões com consórcio antes de votar mudanças no TGV esta quinta-feira
Foto: Porto Canal
| Porto
Porto Canal/ Agências

A Câmara de Gaia fez "diversas reuniões" com o consórcio LusoLav antes de votar esta quinta-feira alterações à linha de alta velocidade no concelho e à ponte sobre o Douro, desconhecidas da Infraestruturas de Portugal (IP) e Câmara do Porto.

De acordo com os documentos do processo a que a Lusa teve acesso, há várias menções a "diversas reuniões" entre as partes, antes de o processo culminar esta quinta-feira na votação de pareceres que podem validar politicamente, ao nível concelhio, a mudança em dois quilómetros a localização da estação de Gaia, retirando-a de Santo Ovídio, e fazer duas pontes sobre o rio Douro em vez de uma rodoferroviária.

Os pareceres municipais sobre as alterações propostas pelo consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto) irão a votação numa reunião extraordinária da Câmara de Gaia que se realiza esta quinta-feira, às 16h00, bem como numa Assembleia Municipal também esta quinta-feira, às 21h00.

"No âmbito do acompanhamento dos projetos da LAV [linha de alta velocidade], realizaram-se diversas reuniões de trabalho com o Consórcio [LusoLav] para análise das propostas de alteração do projeto da Linha de Alta Velocidade", pode ler-se em vários dos documentos municipais a que a Lusa teve acesso.

Também numa carta remetida pela administração do consórcio à Câmara de Gaia, em que apresenta a sua proposta, o LusoLav fá-lo "no seguimento de diversas reuniões técnicas realizadas com a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia".

Já uma carta do Departamento de Urbanismo e Planeamento refere que, "no âmbito do desenvolvimento dos projetos da LAV, realizaram-se quatro reuniões de trabalho para análise do efeito da subida da rasante na linha, designadamente a análise da geometria dos restabelecimentos viários propostos pelo consórcio".

Não se detalhando se as reuniões deste departamento foram internas ou com o LusoLav, referem que se realizaram em 25 de fevereiro e 11, 20 e 25 de março.

Na quarta-feira, a IP disse desconhecer as alterações propostas pelo LusoLav à estação de alta velocidade de Gaia e à ponte sobre o rio Douro, lembrando que ainda não assinou o contrato de concessão com o consórcio.

Também a Câmara do Porto "não tinha conhecimento da solução da proposta de duas pontes, não tendo recebido informação por parte da IP [Infraestruturas de Portugal], até ao momento", disse à Lusa fonte oficial na quarta-feira.

Em janeiro, na sequência de perguntas da Lusa, a IP disse que não tinha "conhecimento da intenção do consórcio de alterar qualquer aspeto da proposta apresentada a concurso", que respeitava "integralmente todas as condições previstas".

"Após a entrada em vigor do contrato de concessão os projetos das estações incluídas no Troço Porto (Campanhã)-Oiã, nomeadamente da Estação de Campanhã e da Estação de Gaia (Santo Ovídio) terão de ser aprovados pela IP", assegurou também então.

Entre dezembro e março, a Lusa questionou sucessivamente o consórcio LusoLav acerca de alterações de traçado, incluindo uma possível mudança da localização da estação de Gaia, mas nunca obteve resposta.

A nova localização proposta pelo LusoLav (na zona de São Caetano, em Vilar do Paraíso) para a estação ferroviária de alta velocidade em Gaia está por cima de uma ribeira, e por isso em zona de Reserva Ecológica Nacional, consultou a Lusa.

A proposta retira também à estação ferroviária a ligação direta à Linha Amarela do Metro do Porto (e um duplo interface com a Amarela e Rubi, potenciando efeito em rede) como estava previsto para Santo Ovídio, apesar de propor uma extensão da Linha Rubi, cuja ligação se mantém.

O consórcio assegura que a proposta de alterar a localização da estação de Gaia e de passar de uma ponte rodoferroviária sobre o Douro para duas está "dentro do corredor aprovado" em termos ambientais.

A proposta do consórcio implica ainda menos construção em túnel, havendo "um agravamento do impacto superficial três vezes superior", de 2,5 quilómetros à superfície para 7,7.

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