Propostas da LusoLav para pontes e estação de Gaia estão "dentro do corredor aprovado"

Porto Canal/ Agências
A proposta do consórcio LusoLav de alterar a localização da estação de Gaia e de passar de uma ponte rodoferroviária sobre o rio Douro para duas está "dentro do corredor aprovado" da linha de alta velocidade, segundo documentos consultados pela Lusa.
"Embora garantindo sempre a sua implantação dentro do corredor aprovado em sede de AIA [Avaliação de Impacto Ambiental], o traçado agora proposto segue aproximadamente a Proposta Adjudicada que tem algumas diferenças relativamente à diretriz do EP (estudo prévio)", pode ler-se numa Memória Descritiva do projeto, parte de um conjunto de documentos que serão votados pelos órgãos municipais de Vila Nova de Gaia na quinta-feira.
O consórcio LusoLav, responsável pela linha de alta velocidade entre Porto e Oiã, quer mudar em dois quilómetros a localização da estação de Gaia, retirando-a de Santo Ovídio, e fazer duas pontes sobre o Douro em vez de uma rodoferroviária.
As propostas irão a votação numa reunião extraordinária da Câmara de Gaia que se realiza na quinta-feira às 16:00, bem como numa Assembleia Municipal no mesmo dia às 21:00.
O consórcio, composto pelas empresas Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto, refere que um dos objetivos foi "o de garantir que os tramos em túnel passassem a ser em Monotubo em vez de Bitubo", e para tal ser possível "a extensão dos túneis terá de ser inferior a 3.500 metros, conforme refere o Caderno de Encargos, objetivo este que se conseguiu com as alterações efetuadas".
"A redução da extensão dos túneis foi conseguida desenvolvendo o traçado a cotas mais altas, o que, mais tarde, já nesta fase de Geometria de Traçado, também possibilitou a evolução para uma solução para a estação de Gaia, implantada à superfície, em vez de estar enterrada a cerca de 70 m, conforme constava do estudo prévio", sustenta a memória descritiva.
O consórcio defende que há vantagens na alteração, "de que se destacam a redução do tempo de execução da obra, um menor risco associado à fase de construção, uma menor manutenção ao longo da vida do projeto, um menor consumo energético durante esse período e uma maior segurança de circulação".
Refere ainda que o seu objetivo foi "conseguir uma menor afetação direta de edificações", apesar de que "nas zonas atravessadas em túnel no EP (estudo prévio), de acordo com a avaliação efetuada no EIA, as edificações não seriam afetadas", mas o consórcio diz ter uma avaliação em "estudos geotécnicos recentes" que revela "alguma inconsistência" e que a informação do estudo anterior "pode não ser a mais correta".
"A rasante foi elevada, de modo a reduzir significativamente o impacto nos níveis freáticos e o volume das escavações", considerando-se três túneis entre os quilómetros 55 e 57,5.
O ajuste do traçado foi feito em "cerca de 80 m para poente, para que passasse a desenvolver-se numa zona mais rural, reduzindo os efeitos da passagem da LAV, não só ao nível das demolições como também dos efeitos de ruído e vibrações", segundo a Memória Descritiva.
"O túnel de Vila Nova de Gaia, na Proposta Adjudicada do Consórcio Lusolav estava com 2800 metros (mineiro) e agora a pedido da C. M. de Gaia passou para 3400 m (misto)", pode ler-se na proposta.
E "para garantir o troço reto na zona da estação, o traçado sofreu em planta, uma ripagem para nascente de um máximo de 150 m, dentro do corredor e num troço em túnel (Túnel de Gaia)", passando agora por debaixo de edificações no Bairro do Cedro e não sobre a zona dos viadutos e túneis de Santo Ovídio, como estava previsto.
O consórcio diz ainda que "os ajustes de traçado na solução agora proposta não implicaram o aumento do número de afetações" de habitações novas ou reabilitadas recentemente, mas quanto às "habitações de tipologia comum em relativo bom estado de conservação, os ajustes de traçado na solução agora proposta aparentemente implicam um ligeiro aumento do número de afetações", mas sem ainda os quantificar.