Viana do Castelo, 04 set (Lusa) - A arena amovível onde no domingo vai ocorrer a terceira tourada desde que Viana do Castelo se declarou como concelho antitouradas começou hoje a ser instalada, um dia depois de viabilizada pelo tribunal que anulou uma decisão da autarquia.

A instalação desta arena, com capacidade para 3.200 pessoas, arrancou durante a manhã de hoje, em terrenos privados da freguesia de Darque alugados pelo movimento "Vianenses pela Liberdade" para o efeito.

Segundo o grupo de aficionados que organiza o espetáculo tauromáquico. A operação deverá ficar concluída durante o dia de sexta-feira, num terreno privado situado junto à antiga empresa de pescas de Viana, conhecida localmente como Seca do Bacalhau, em Darque.

Apesar do pedido instalação da estrutura ter sido indeferida por parte da Câmara Municipal, nomeadamente por "incumprimento dos requisitos legais", na quarta-feira à tarde o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga (TAFB) deu provimento à providência cautelar interposta na manhã do mesmo dia por aquele grupo de aficionados.

"Consideramos ter razão a requerente quando pede autorização para a instalação da praça de touros amovível", lê-se no despacho do juiz, a que a Lusa teve hoje acesso.

O primeiro indeferimento da autarquia, que em 2009 se declarou antitouradas, aconteceu a 19 de agosto e foi justificado com a "má instrução do processo".

A decisão levou ao adiamento da denominada "Corrida pela Liberdade" para domingo quando estava inicialmente agendada para 24 de agosto, último dia da Romaria d'Agonia.

A Câmara de Viana do Castelo confirmou hoje à Lusa ter sido notificada da decisão judicial, mas remeteu uma posição oficial sobre o assunto "após análise do despacho pelos serviços jurídicos do município".

A associação Animal e um grupo local de ativistas já anunciaram a realização de manifestações no domingo contra a corrida de touros.

A Animal está a convocar, através das redes sociais, ativistas antitouradas para uma ação de sensibilização e vigília, domingo, a partir das 18:00, em frente à estação de caminho-de-ferro da cidade, lê-se no apelo lançado pela associação de defesa dos animais e hoje consultado pela Lusa.

A associação de defesa dos animais, que em 2009 elaborou a moção aprovada pela Câmara de Viana do Castelo, então presidida por socialista Defensor Moura, que proibiu a realização de touradas no concelho, pede aos manifestantes que enverguem roupa preta.

O objetivo, explicou, é "simbolizar pesar pelo facto de se realizar mais uma tourada naquela que foi declarada a primeira cidade antitouradas em Portugal".

Já um grupo local de ativistas que reclama o fim das touradas em Viana do Castelo vai também realizar de uma concentração pacífica para próximo do local onde está prevista a realização de uma corrida de touros, num terreno privado em Darque.

"Um grupo de cidadãos irá deslocar-se ao local da tortura animal, em Darque demonstrando pacificamente o seu desagrado. Já informamos a Câmara de Viana da intenção de procedermos a essa concentração", afirmou à Lusa Ana Macedo a porta-voz.

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