Governo garante que as escolas continuam a ser seguras

Governo garante que as escolas continuam a ser seguras
Foto: Pedro Benjamim|Porto Canal
| País
Porto Canal/ Agências

O ministro da Educação, Ciência e Inovação garantiu esta terça-feira que as escolas continuam a ser locais seguros, apesar de a criminalidade nos estabelecimentos de ensino ser o mais alto dos últimos 10 anos.

“Tínhamos essas tendências já nos últimos anos e tem vindo, de facto, a aumentar. De qualquer maneira, as nossas escolas continuam a ser muito seguras. É preciso dizer que partimos de valores muito baixos”, justificou Fernando Alexandre.

O ministro reforçou que as situações “são localizadas” e a “maior parte das escolas públicas são seguras”, pelo que “as famílias podem estar tranquilas”. No entanto, a tutela está a tomar medidas para fazer face ao crescimento da criminalidade entre os mais jovens, através de uma articulação com os municípios.

Segundo Fernando Alexandre, a 'Escola Segura' da PSP, “tem um papel muito importante”, mas também “a relação das autarquias com as forças de segurança, que conhecem a realidade local” e o que “se passa fora do próprio espaço escolar”.

Questionado sobre a falta de assistentes operacionais, com várias ocorrências a verificarem-se dentro das escolas, o ministro admitiu que o “rácio dos assistentes operacionais tem de ser revisto”, informando que está a decorrer um estudo articulado com a Associação Nacional de Municípios.

“Mais uma vez, estamos a falar de uma área que é da responsabilidade dos municípios, mas que não diminui a responsabilidade do Governo. Ou seja, a segurança nas escolas e as condições de trabalho são em todo o território nacional da responsabilidade do Governo. Não haja dúvidas sobre isso”, insistiu. No entanto, a descentralização está relacionada com a “atribuição para desempenhar as funções”.

“Temos um plano que está pronto para termos uma reorganização do espaço escolar, onde o pessoal não docente tem de ser afeto a tarefas educativas com um perfil especial, com uma formação adequada, o que neste momento não acontece”, informou.

Sobre a nova linguagem que é usada nas redes sociais pelos mais jovens, Fernando Alexandre apelou a uma supervisão dos pais, assumindo, contudo, que o ministério mudou a política dos ‘smartphones’, ao recomendar a sua proibição nos 1.º e 2.º ciclos, restrições no 3.º ciclo e “orientações para o seu uso no secundário”.

Este foi um "passo no sentido de alertar para os riscos que a utilização dos 'smartphones' e das suas aplicações podem ter para as crianças".

Fizemos também o grupo de trabalho de 'cyberbullying', que já fez um conjunto de recomendações". Temos, obviamente, de reforçar a área dos psicólogos”, apontou, ao revelar que não é a favor da proibição. "Não podemos proibir as redes sociais numa área da digitalização. A proibição do uso dos ‘smartphones’ até, por exemplo, ao 12º ano, como alguns países fizeram, não concordo. Temos é de ter uma cultura educativa, saber qual é a melhor forma de selecionar informação e de saber usar o telemóvel”, aconselhou.

As ocorrências de natureza criminal nas escolas aumentaram 6,8% no ano letivo de 2023/2024, sendo este o número mais elevado dos últimos 10 anos, indica o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI).

De acordo com o RASI de 2024, a que a Lusa teve acesso, as forças de segurança registaram um total de 7.128 comunicações, das quais 5.747 foram de natureza criminal. Os números relacionados com a parte criminal têm vindo a aumentar significativamente desde o período da pandemia, que corresponde ao ano letivo de 2022/2021. Há 10 anos, no ano letivo de 2014/2015, o número de ocorrências de natureza criminal foi de 4.768, abaixo dos valores registados no último ano letivo.

O RASI detalha que a maioria dos episódios aconteceu dentro dos recintos escolares e destaca ainda os crimes de ofensas à integridade física, com 2.249 ocorrências, furtos, com cerca de 1.000, ofensas sexuais, com 171 ocorrências, e roubos, com 117. Há também a registar 76 ocorrências por posse ou uso de arma.

+ notícias: País

Direção do Sindicato dos Enfermeiros pede demissão

A direção do Sindicato dos Enfermeiros (SE) demitiu-se esta sexta-feira, alegando que a “dinâmica e revitalização” da estrutura que tem construído “tem incomodado”, levando a que o ambiente interno se tenha “deteriorado profundamente”.

Mais de 37 mil motoristas de TVDE de 98 nacionalidades ativos em março, revela IMT

Portugal tinha mais de 37 mil motoristas de TVDE em março, a grande maioria do sexo masculino, que eram oriundos de 98 nacionalidades, revelou esta sexta-feira o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT).

INEM garante que acordo com bombeiros vai melhorar socorro no interior do país

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) garantiu que o recente acordo assinado com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) vai permitir melhorar e alargar a rede de socorro, em especial no interior do país.