Mais de 400 operacionais combatem incêndio com quatro frentes em Bragança
Porto Canal
Mais de 400 operacionais combatiam às 07:00 o incêndio no concelho de Alfândega de Fé, distrito de Bragança, que tem quatro frentes ativas e já destruiu centenas de hectares de floresta, de acordo com a Proteção Civil.
O incêndio, que deflagrou na terça-feira às 13:47 na localidade de Picões/Ferradosa, concelho de Alfândega da Fé, distrito de Bragança, estendeu-se depois à aldeia das Quebradas, concelho de Mogadouro por volta das 19:00.
De acordo com a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o fogo mobilizava hoje de manhã 441 operacionais, apoiados por 121 veículos.
Além das centenas de hectares de floresta em torno da aldeia, as chamas consumiram, pelo menos, um anexo de uma habitação, vários arrumos agrícolas e mataram vários animais domésticos, registando-se ainda danos provocados pelo fogo numa caravana de campismo e num veículo ligeiro de passageiros, parcialmente destruídos pelas chamas.
Por causa do fumo e do fogo, dez pessoas foram retiradas das suas habitações na localidade da Quinta das Quebradas.
Na aldeia, uma idosa teve de receber na terça-feira assistência dos bombeiros devido ao cansaço e à exposição às altas temperaturas que foram registadas.
Hoje de manhã, Odete Angueira, 84 anos, disse à agência Lusa que o sentimento na aldeia é "desolador".
"Perdi vários animais e uma curralada com 500 fardos. É desolador este sentimento de impotência", disse.
Também Maria Faustino, 83 anos, disse à Lusa estar assustada com o fogo que ainda rodeia a aldeia.
"O fogo não deu tempo. Parecia uma explosão de um vulcão. Fomos completamente apanhados de surpresa", disse Maria Faustino, salientando nunca ter visto nada assim na sua vida.
A idosa contou também que muitos pastores não estão a conseguir retirar os animais da aldeia, que está cercada pelo fumo.