Matosinhos estuda construção de terminal intermodal em Leixões "nos próximos anos"

Porto Canal/ Agências
A Câmara de Matosinhos está a estudar a construção "nos próximos anos" de um terminal intermodal junto ao porto de Leixões, que una comboio, metro, metrobus, autocarros e expressos, disse esta quinta-feira à Lusa o vice-presidente Carlos Mouta.
"Esse estudo tem sido feito. Já tivemos, inclusive, reuniões com a APDL [Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo] para pensar essa perspetiva no futuro, e provavelmente poderá acontecer nos próximos anos", disse hoje à Lusa o vice-presidente, com os pelouros da Mobilidade e Transportes na autarquia.
Admitindo numa visão a médio prazo, frisou que pode até "ser um médio prazo próximo", apesar de, atualmente, nem o comboio nem o metrobus circularem na zona.
"Ao criar um terminal intermodal de Matosinhos, um dos pontos que logo à partida nos parece oportuno é onde termina a linha do metro, no Senhor de Matosinhos há ali uma zona de término [...], que é onde termina também a Linha de Leixões [comboio]", vincou.
Apesar da linha de comboio terminar do lado de dentro do porto e Leixões, Carlos Mouta considera que "facilmente, ou com algum cimento," se colocaria "do lado de fora", colocando "o metro e o comboio a tocarem".
"Depois, o metrobus [Matosinhos - Aeroporto] que está em concurso também passa neste ponto, pois termina no Mercado de Matosinhos e passa nesse ponto, e boa parte das linhas de transporte público, quer da STCP quer da Unir, para atravessar o rio Leça têm de ir à [autoestrada] A28", frisou.
Carlos Mouta apontou ainda ao serviço de autocarros expresso, "com a Flixbus e outras operadoras, que rapidamente da A4 ou da A28 também podiam chegar a este ponto, ter a sua entrada e saída de passageiros, e seguir para Braga, Lisboa, Coimbra ou Algarve".
"Naturalmente, é mais fácil colocar um terminal intermodal, onde já existe metro, do que estar agora a fazer mais uns quilómetros de metro até um terminal intermodal", adiantou.
Em março de 2024, aquando da assinatura do protocolo para a reabertura parcial (até Leça do Balio) da Linha de Leixões, a presidente da autarquia, Luísa Salgueiro, já tinha manifestado a vontade de criar uma "área intermodal de transportes" em Leixões.
"Precisamos de criar uma área intermodal na própria estação 'terminus' de Leixões, que receberá não só o transporte rodoviário, mas também a linha de 'metrobus' que ligará ao aeroporto, na zona da Maia, nos Verdes, a Leça da Palmeira e a Matosinhos, exatamente na estação do Senhor de Matosinhos [de metro]", vincou Luísa Salgueiro.
Para já, no domingo, o serviço de passageiros regressa parcialmente aos carris da Linha de Leixões, circular ferroviária do Porto, 14 anos após o seu encerramento, mas agora com apeadeiros no Hospital São João e Arroteia, bem como com bilhética Andante.
O término da Linha de Leixões é precisamente no porto homónimo, mas para já os comboios de passageiros não lá chegarão, até porque a estação está rodeada de contentores e inserida dentro da jurisdição da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).
O serviço regressará à circular ferroviária do Porto com comboios "diretos entre Ovar e Leça do Balio, sem necessidade de mudança em Porto-Campanhã, bem como comboios entre Porto-Campanhã e Leça do Balio", segundo uma nota conjunta da CP - Comboios de Portugal, Infraestruturas de Portugal (IP) e Câmara de Matosinhos divulgada em 24 de janeiro.
A reabertura da linha terá como paragens Porto-Campanhã, Contumil, São Gemil, Hospital São João (novo apeadeiro) São Mamede de Infesta, Arroteia (novo apeadeiro) e Leça do Balio.
Estão previstos "60 comboios nos dias úteis, 30 em cada sentido, com oferta de dois comboios por hora e por sentido nas horas de ponta da manhã e da tarde", e "aos sábados, domingos e feriados realizam-se 34 comboios, 17 por sentido".
O serviço de passageiros na Linha de Leixões foi interrompido em 2011, após reabertura em 2009 a partir de Ermesinde, sem bilhética Andante.